“Não vou pedir nada para ninguém, porque não quero polemizar ainda mais”, destacou
O novo juiz da operação Lava Jato, Eduardo Fernando Appio, que está lotado na 13ª Vara Federal de Curitiba, negou que tenha feito doações à campanha do ex-presidiário Lula (PT), que foi preso durante a força-tarefa.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Appio fez, sim, duas doações: uma de R$13 para Lula e outra de R$ 40 para a deputada estadual Ana Júlia Pires Ribeiro (PT), do Paraná. O magistrado nega, mas o nome completo e o CPF dele estão no registro da corte eleitoral. “Não doei a ninguém qualquer quantia. Sou isento e sempre julguei de forma igual. Não tenho inclinação política ou sou aliado do PT/Lula”, despistou o rapaz.
Appio encaminhou extrato bancário para a CNN Brasil, que fez a denúncia, porque, segundo ele, o documento comprova que a informação divulgada não é verdadeira. Mas, ao ser confrontado com a lista do TSE e questionado se gostaria de pedir retificação do “erro” ao Tribunal, Appio voltou atrás e disse que não gostaria de “polemizar”. “Não vou pedir nada para ninguém, porque não quero polemizar ainda mais”, destacou.
Por outro lado, em 6 de abril de 2017, o então juiz Sergio Moro condenou o deputado petista André Vargas a 4 anos e seis meses de reclusão, inicialmente em regime fechado, e Leon Vargas (irmão de André) a 3 anos de reclusão, em regime inicialmente aberto, por lavagem de dinheiro, notadamente de origem criminosa, na compra de um imóvel.
O proprietário do imóvel não foi denunciado pela Operação Lava Jato. Apenas prestou depoimento como testemunha. O juiz Eduardo Appio era o proprietário desse imóvel. Ele vendeu a André Vargas, por R$ 980 mil, um imóvel cuja operação, no entanto, foi registrada oficialmente com valor de R$ 500 mil.
De acordo com o MPF, a negociação foi feita para lavar parte do dinheiro recebido por Vargas vindo de propina na negociação de contratos de publicidade com o governo, descoberto durante as investigações da Operação Lava Jato. Na época, Vargas afirmou que declarou ter pago um valor inferior a pedido do vendedor, ou seja, o juiz.