Nova prisão de delator da Lava Jato demonstra incoerência e parcialidade de juiz

No filme ‘POLICIA FEDERAL A LEI É PARA TODOS’ o 1º personagem que vemos é o doleiro Alberto Youssef (interpretado pelo ator Roberto Birindelli) num hotel em Belém se preparando para uma fuga.

O filme aliás foi um sucesso de bilheteria com mais de 1,2 milhão de espectadores – e sem verba da Lei Rouanet.

Aquela cena, especificamente, resume a vida dele, sempre em fuga.

Agora ele volta ao centro do palco com sua mais recente prisão na cidade litorânea de Itapoá, no norte de Santa Catarina.

A ordem para enjaular o doleiro mais uma vez, partiu do juiz Eduardo F. Appio, questionadíssimo desde que foi indicado para substituir Sergio Moro na 13ª vara federal de Curitiba.

Cabe esclarecer que, apesar de contraventor contumaz, Youssef foi a vida inteira um intermediário entre corruptos – ele ‘lavava’ a propina que saía do corruptor A, para o corrompido B. Assim a prisão isolada dele não significa nada.

É como prender o ‘motoboy’ que leva a droga do traficante do morro para o playboy da Zona Sul e ignorar o consumidor e vendedor do narcótico.

A justificativa do magistrado foi que o doleiro está com vários endereços e que “estaria morando na praia”, o que “evidência uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas em matéria criminal”.

Se for prender os réus da Lava-Jato que ostentam situação privilegiada e incompatível com as sentenças já proferidas, creio que serão necessários ônibus para levar todos os condenados e delatores de volta para cadeia.

Alguns ocupando altos cargos e outros que nem pagaram as multas impostas, mas que já estão viajando em missão oficial para a China – vai faltar ‘cela especial’ em Curitiba.

Por Eduardo Negrão | Consultor político e autor de “Terrorismo Global” e “México pecado ao sul do Rio Grande” ambos pela Scortecci Editora

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