Alencar já chegou a oferecer receita de hidroxicloroquina ao senador Marcos do Val quando o congressista contraiu a Covid-19. Alencar é crítico ferrenho do medicamento
O senador Otto Alencar (PSD-BA), foi totalmente deselegante ao criticar nesta terça-feira, 01, a Dra. Nise Yamaguchi durante a CPI da Covid. Entre outras coisas, Alencar chamou a oncologista de “médica audiovisual” e disse que ela não sabe nada de infectologia.
O senador, que se ‘engrandece’ por ser médico, questionou a profissional sobre questões técnicas da microbiologia para debater a eficácia de medicamentos como a hidroxicloroquina. Ele perguntou a Nise sobre a diferença entre um vírus e um protozoário e, insatisfeito com a resposta, disparou contra a médica:
– A senhora não sabe nada de infectologia, nem estudou, doutora. A senhora foi aleatória mesmo, superficial. A senhora não podia, de jeito nenhum, estar debatendo um assunto que não é do seu domínio. Isso não é honesto, doutora – declarou o parlamentar, que também disse que a médica não é infectologista, mas “se transformou de uma hora pra outra”.
– Eu não queria nem constranger a senhora, mas vi logo no começo que a senhora não tinha conhecimento nenhum sobre infectologia. […] Pode pegar os livros, porque a senhora não tem na cabeça, não estudou. De médico audiovisual esse plenário aqui ‘tá cansado, de alguém que viu, ouviu e não leu, não têm estudado – criticou Alencar.
Otto Alencar teria oferecido receita de hidroxicloroquina ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) quando o congressista contraiu a Covid-19. Alencar é crítico ferrenho do medicamento.
A afirmação foi feita pelo próprio senador Marcos do Val durante a CPI da Covid. “O meu amigo senador Otto Alencar, carinhosamente quando fui detectado clinicamente com Covid ano passado, me ligou e receitou hidroxicloroquina. Só que falei para ele ‘Otto, meu médico já me receitou. Agradeço o carinho’”, contou. “Hoje, a postura dele é totalmente contrária”, acrescentou o senador.
“Meu amigo Randolfe também quis fazer homenagem naquela época aos médicos que estavam prescrevendo hidroxicloroquina. Era o que tinha. As vacinas estavam sendo pesquisadas”, declarou.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) rebateu a informação e disse que em maio de 2020, quando Marcos do Val contraiu a doença, perguntou a ele numa conversa informal sobre o protocolo que se usava.