O deputado cobrou grupos de esquerda para se posicionarem contra o ministro acusado de assédio
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) comentou, nesta quinta-feira (5), sobre o escândalo envolvendo o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que foi acusado de assédio sexual. Entre as vítimas está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
Nikolas comentou que o caso pode não ganhar as mesmas proporções que ganharia, caso tivesse acontecido durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Imagina se isso é com o ministro do Bolsonaro. Imagina se isso é comigo. Imagina se tem qualquer tipo de denúncia dessa contra um bolsonarista… Meu irmão, era a terceira guerra mundial, matéria no Fantástico”, comentou.
O parlamentar já se desentendeu com Almeida nas redes sociais e também durante reuniões na Câmara dos Deputados e fez questão de lembrar que “a voz aveludada” do ministro “não engana mais o Brasil”.
Nikolas cobra também o posicionamento de grupos femininas em defesa das vítimas, principalmente de Anielle Franco, que é uma mulher negra. Ainda assim, ele aponta que o “bando de hipócritas” vai se calar, porque Silvio Almeida é um homem de esquerda.
“Cadê as passeatas dos petistas aí fazendo manifestação pra derrubada do ministro que assedia mulheres, segundo a reportagem, cadê? Claro que não vai ter, porque vocês são um bando de hipócritas! Mas eu avisei, eu avisei. Se isso aí proceder e for verdade, quer dizer que o ministro de Direitos Humanos do Lula, ele assedia mulheres e é negro, que defende os negros, estava assediando uma negra, que é a Anielle Franco. Mas pra esquerda, nada disso importa. Afinal de contas, o problema não é o assédio, é quem assedia”.
ENTENDA
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi acusado de assédio sexual contra mulheres, entre elas a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. De acordo com o portal Metrópoles, os casos foram denunciados ao Me Too Brasil, uma organização que acolhe vítimas de violência sexual.
Procurada, a ministra se negou a comentar e disse que não falará com a imprensa nem para confirmar, nem para negar o caso. O Me Too Brasil também diz que não pode dar informações de quem fez a denúncia, pois preserva a identidade das vítimas.
Aliados do ministro negam os episódios de assédio e dizem que Silvio Almeida é perseguido pelos integrantes do próprio governo, pois há grupos interessados em derrubá-lo do cargo. Até o fechamento desta reportagem, o ministro não se manifestou publicamente sobre as acusações.