Primeiro dia de CPI do vírus da China e já observamos uma verdadeira “pandemia” de atitudes hipócritas, afirmações que embrulham o estômago e decisões que enojam o brasileiro mais distante e alienado da vida política.
E serão, com certeza, muitas notas e matérias mostrando este espetáculo de horrores.
Vejam estas duas manchetes e encontre o erro:
A primeira, no site de notícias R7
Renan Calheiros afasta ‘inquisição’ e promete ‘santuário da ciência’
A segunda, na coluna de Lauro Jardim (O Globo)
Negativa da Anvisa à Sputnik incendeia CPI e coloca Barra Torres na mira
Se ainda não percebeu, é mais simples e absurdo do que parece.
A mesma CPI afirma que a ciência será respeitada e levada em consideração em tudo o que estiver relacionado ao funcionamento do colegiado (um santuário, como afirmou Calheiros, o relator), desrespeita integralmente esta mesma ciência quando acusa a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de não liberar a importação da vacina russa Sputnik V, por questões políticas, ainda que a mesma informe, insistentemente, que trata-se apenas de falta de documentos, testes e comprovações da efetividade do medicamento.
Ou seja, a Anvisa protege o cidadão e atua e forma técnica e baseada na ciência … apenas na ciência … mas a convocação de Antonio Barra Torres (diretor-presidente da agência), torna-se, para parlamentares de oposição que compõem a CPI, prioridade zero.
E é só o primeiro dia dos 60 previstos … digo previstos, pois Omar Aziz, presidente do colegiado, garantiu, já em sua primeira entrevista no cargo, que poderá estender os trabalhos inquisitórios pelo período que for necessário.
Não ficaremos surpresos, se tal prazo for aquele que garanta levar a narrativa às ultimas consequências, mentindo, perseguindo e culpando seus adversários.