‘Não precisa de um exército de coletores de impostos’, diz Constantino após debandada na Receita Federal

O jornalista analisou o movimento de 324 fiscais, que entregaram seus cargos em protesto da categoria contra o corte de aproximadamente R$ 1,2 bilhão na verba do órgão

Rodrigo Constantino, comentarista do Grupo Jovem Pan, acredita que a debandada de auditores da Receita Federal pode ser benéfica para o Brasil. Durante o programa “3 em 1”, o jornalista analisou o movimento de 324 fiscais, que entregaram seus cargos em protesto da categoria contra o corte de aproximadamente R$ 1,2 bilhão na verba do órgão, supostamente para custear o reajuste salarial de policiais federais.

“Veja, óbvio que tem que ter os coletores de impostos, mas tem muita coisa errada no país e a gente tem que começar a atacar os problemas pela raiz. Se não, vamos ficar sempre ‘enxugando gelo’. Não precisa de um exército de coletores de impostos. Já que eles estão pedindo exoneração, pode ser uma boa saída”, disse Constantino, nesta quarta-feira, 22.

A exoneração coletiva foi desencadeada pela soma do corte de verbas à insatisfação com um acordo que o Ministério da Economia não teria cumprido em relação ao “bônus de eficiência”. A gratificação, que deveria ter valor variável de acordo com o desempenho dos auditores, está prevista em lei desde 2017, mas ainda não foi regulamentada. Para Constantino, a categoria está tentando puxar o cobertor para o seu lado.

“Assim funciona o Estado! O Estado arrecada 40% do PIB, e grupos se organizam para reivindicar seus interesses. Quem tiver mais peso, puxa o cobertor curto para o seu lado. Estamos atravessando uma pandemia, o governo federal fez sua parte. Os Estados aumentaram em 100 bilhões de reais a arrecadação, e nós não estamos vendo discussão sobre queda de ICMS, por exemplo. Estão pensando em fazer uma farra com esse recurso extra, aumentando salários. Esse é o caminho para quebrar o Estado!”, disse.

Constantino, ao mesmo tempo, não acredita que o aumento salarial concedido aos policiais federais seja um movimento de Jair Bolsonaro (PL) visando a reeleição em 2022.

“O presidente acredita na importância desta categoria. Obviamente, isto também representa uma base eleitoral para ele. Agora, já é uma turma mais propensa a votar nele do que no principal alvo, que é o maior corrupto do Brasil, o ex-presidente Lula. Essa foi uma escolha do Congresso, que priorizou, acima de tudo, o Fundo Eleitoral. Governar também é priorizar. Querer dar aumento para todo mundo sem qualquer tipo de priorização, mesmo ela sendo política, isso seria não governar ou liderar. Por isso, precisamos de uma reforma administrativa”, finalizou.

Assista ao programa na íntegra abaixo:

Fonte: Jovem Pan

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