Em meio a uma desaprovação popular em relação a Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia desde 2014, o governo aprovou um projeto de lei que censura – com ainda mais força – meios de comunicação e jornalistas que, segundo o texto, “promovem mentiras”, abrangendo também qualquer pessoa que se manifeste nas redes sociais. Para os críticos de Erdogan, trata-se de uma tentativa de minar a oposição, fantasiada de combate a fake news. A sanção da lei foi feita pelo presidente depois das 22 horas (horário local) da quinta-feira passada (13).
A medida reforça a repressão à imprensa que acontece nos últimos anos no país. Desde a tentativa de golpe de Estado em 2016, 189 veículos de comunicação foram fechados, cerca de 319 jornalistas foram presos, sendo que 36 deles ainda estão atrás das grades, segundo o Sindicato dos Jornalistas da Turquia (TGS, na sigla em turco). De acordo com a Association for Legal and Media Studies, esse número seria ainda maior: pelo menos 59.
Uma pesquisa recente da Reuters mostrou o quanto o conteúdo dos principais jornais diários e noticiários da TV pode estar vinculado a toda uma cadeia de aprovação governamental. A associação Repórteres Sem Fronteiras estima, por sua vez, que 90% da mídia nacional esteja nas mãos de líderes ligados ao poder.