Ministra da Agricultura ressaltou a importância de garantir a segurança alimentar
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu os fertilizantes fora dos pacotes de sanções contra a Rússia. A declaração foi concedida durante um evento na Organização das Nações Unidas (ONU), na quarta-feira 16.
Tereza Cristina argumentou que os fertilizantes têm de obedecer à mesma política aplicada aos alimentos. Segundo a ministra, reprimir o comércio desses insumos afeta a produtividade do campo, reforça a tendência inflacionária das principais commodities e ameaça a segurança alimentar dos mais vulneráveis.
“Temos de encontrar meios de evitar que medidas destinadas a punir comportamentos específicos, aplicadas por um grupo de países, acabem por afetar as cadeias alimentares mundiais”, disse Tereza Cristina.
“Não podemos, sob o pretexto de pressionar pela solução de um problema, criar um ainda maior, com o agravamento da situação da fome que, segundo estimativas da FAO, afeta mais de 800 milhões de pessoas no mundo”, ressaltou a ministra.
Tereza Cristina lembrou que o estoque de fertilizantes para o agronegócio brasileiro está garantido somente até outubro deste ano. O país é o quarto consumidor global do insumo — 80% do que é usado na produção nacional chega de fora do país. Desse total, 25% dos fertilizantes são exportados da Rússia.
“A presente alta dos preços dos alimentos e dos insumos, agravada pela recente instabilidade geopolítica na Europa, atinge uma população global já duramente afetada pela pandemia”, salientou Tereza Cristina. “Essa conjuntura impõe desafios adicionais para governos e sociedades, que vêm se sobrepor à urgência da ação climática e ao imperativo do desenvolvimento sustentável.”
No sábado 12, a ministra viajou para o Canadá com a finalidade de se reunir com empresários e representantes do setor de potássio para assegurar o aumento da oferta do insumo, usado na produção de fertilizantes.