Musk tem discussão pública com CEO do Twitter sobre contas falsas

Bilionário rebate executivo na rede social e sinaliza que não vai avançar na compra sem garantias sobre perfis de robôs

O bilionário Elon Musk manifestou que não pretende avançar na compra do Twitter até que a plataforma confirme quantas contas faltas tem atualmente. Na última semana, o empresário usou seu perfil na rede social para afirmar que o processo de aquisição estava temporariamente suspenso, em razão do impasse.

Já na última segunda-feira, 16, Musk trocou provocações públicas com o atual CEO do Twitter, Parag Agrawal, em debate sobre o tema. A interação aconteceu por meio de publicações na própria rede social.

Segundo o executivo, uma estimativa sobre o número de contas falsas não poderia ser realizada por uma empresa externa, pois demanda a utilização de informações “que não podemos compartilhar”. Agrawal ainda manifestou que “nossas estimativas internas reais para os últimos quatro trimestres ficaram bem abaixo de 5%”, dentro do universo de 229 milhões de usuários.

Musk respondeu a longa argumentação de forma irônica, usando um emoji de fezes. Depois, retrucou o CEO: “Então, como os anunciantes sabem o que estão recebendo pelo seu dinheiro? Isso é fundamental para a saúde financeira do Twitter”.

Nesta terça-feira, 17, Musk voltou a abordar o tema na rede social. “20% de contas falsas/spam, quatro vezes o que o Twitter afirma, pode ser ainda muito maior. Minha oferta foi baseada na precisão dos registros da SEC. Ontem, o CEO do Twitter se recusou publicamente a mostrar prova de menos de 5%. Este acordo não pode avançar até que ele o faça”, escreveu.

SEC é a abreviação de Security and Exchange Comission, o equivalente nos Estados Unidos à Comissão de Valores Mobiliários.

Impasse jurídico

Também na última segunda-feira, Elon Musk afirmou que o departamento jurídico do Twitter o acusou de violação do acordo de compra, ao externar informações sobre a estimativa de contas falsas.

Analistas acreditam que Musk pode estar usando o número de contas falsas como uma argumento para desistir do negócio ou então para reduzir o valor final a ser pago na operação.

Em abril, Elon Musk e a direção do Twitter anunciaram acordo de US$ 44 bilhões para cessão de controle total sobre a empresa. Semanas antes, o empresário dono da Tesla já havia se tornado acionista majoritário do grupo de tecnologia, com 9% dos papéis disponíveis em bolsa de valores.

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