Ex-companheiro e filha mais velha da vítima são os suspeitos
Familiares de Cristiane Arena, de 34 anos, e sua filha, Karoline Vitória, de 9, encontradas enterradas no quintal de casa no início deste mês, em Pompeia, no interior de São Paulo, afirmaram à polícia que Cristiane cavou a cova em que foi enterrada ao lado da filha caçula. Elas estavam desaparecidas desde novembro do ano passado.
De acordo com a irmã da vítima, Cristiane havia iniciado uma reforma na casa na mesma semana em que foi morta.
– A minha irmã cavou a própria sepultura. À meia-noite, a minha irmã cavou a sepultura dela, arrancou toda a terra, jogou tudo lá pra frente. Bateu massa, concreto, nesse dia. No outro dia, a minha irmã não bateu massa. Quem bateu massa pra ajudar a preencher o buraco foi a filha – disse a familiar.
O ex-companheiro de Cristiane, o psicólogo Fabrício Buim Arena Belinato, e a filha mais velha da vítima, uma adolescente de 16 anos, são os principais suspeitos do crime. A polícia afirma ter provas de que padrasto e enteada mantinham um relacionamento.
De acordo com a perícia, Cristiane morreu a golpes de faca. Já a criança recebeu uma pancada na cabeça. Os corpos foram encontrados em estado avançado de decomposição, em um buraco de 1,5 metro de profundidade.
A jovem de 16 anos está sob custódia na Fundação Casa de Araçatuba e só vai falar sobre o crime em juízo. Fabrício segue foragido.
ENTENDA O CASO
Os corpos de uma mulher de 34 anos e de sua filha, de apenas nove, foram encontrados, na última terça-feira (2), enterrados no quintal da casa onde a família morava, em Pompeia, no interior de São Paulo. Cristiane Arena e Karoline Vitória estavam desaparecidas desde novembro do ano passado. Para a Polícia Civil, o ex-companheiro da mulher é o principal suspeito e não se sabe o paradeiro dele. A filha mais velha de Cristiane, de 16 anos, também é suspeita de participar do crime e foi apreendida.
Segundo a polícia, a adolescente mantinha um relacionamento com o padrasto e há evidências que comprovam o envolvimento deles. Ela não admitiu a relação com o homem.
– A adolescente não admite nada em seu depoimento sobre a participação [no crime] e nem mesmo que mantém um relacionamento amoroso com o padrasto. Mas já temos provas [de] que a relação existe – disse o delegado Anunciato Filho.
Os corpos foram encontrados depois que a polícia recebeu uma denúncia de cárcere privado contra a adolescente. No local, os agentes perceberam que a área nos fundos da casa havia sido reformada e foi colocado um contrapiso de concreto. Com a ajuda de uma retroescavadeira, eles encontraram mãe e filha enterradas.
Na ocasião do desaparecimento, o companheiro de Cristiane chegou a ser levado para prestar depoimento, mas foi liberado. Ele não foi mais localizado desde que os corpos foram encontrados. Já a jovem teria dito que a mãe tinha fugido para encontrar um namorado.
– A garota disse que a mãe foi embora com a filha menor após conhecer um novo namorado, mas os depoimentos eram contraditórios, e fomos investigar – disse o delegado.
Durante as investigações, a polícia descobriu ainda que o homem continuava movimentando a conta bancária da mulher desaparecida – na ocasião, ela havia recebido indenização por uma rescisão trabalhista.