MST e movimentos de esquerda comemoram vitória de Maduro

Grupos afirmaram que eleição transcorreu com “transparência e rigor”

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outros grupos de esquerda comemoraram a vitória do ditador Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela. Em uma postagem na rede social X, o MST disse que o resultado “simboliza a permanência e atualidade da luta dos povos na América Latina que seguem enfrentando o imperialismo”.

“Parabenizamos a resistência do povo venezuelano que reafirma nessa eleição histórica a decisão de seguir avançando em um projeto popular de condução do país baseado na solidariedade, organização e desenvolvimento nacional alinhado ao legado da Revolução Bolivariana”, afirmou.

O movimento também assinou uma nota conjunta com outras 11 entidades com viés político de esquerda, como a União da Juventude Socialista (UJS), a Juventude do Partido dos Trabalhadores (JPT) e o Levante Popular da Juventude, no qual foi dito que a eleição transcorreu com “transparência e rigor”.

“Nós, membros de dezenas de organizações sociais, partidos e movimentos populares brasileiros, somos prova da idoneidade e lisura do processo, e viemos a público parabenizar Maduro e o povo venezuelano por sua reeleição”, disseram as organizações.

O grupo disse ainda que a maioria do povo venezuelano decidiu por um “processo de estabilidade e melhoria nas condições de vida” mesmo que “em meio a duras sanções e ataques do imperialismo estadunidense e seus associados na mídia, na política e na economia”.

“Em meio a uma campanha fascista promovida pela extrema-direita venezuelana e internacional, que antes mesmo da votação já bradavam fraude e não respeito aos resultados, a soberania do povo venezuelano e seu direito ao voto prevaleceram”, disseram os movimentos.

Apesar das afirmações das entidades brasileiras de que o processo teria sido idôneo e transcorrido com lisura, o que se viu ao longo dos últimos meses foram diversas artimanhas do regime Maduro para desequilibrar o pleito a favor do ditador, como a inabilitação de candidaturas opositoras e mudanças nas regras para dificultar a votação no exterior.

OPOSIÇÃO CONTESTA RESULTADO

Apesar de o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter anunciado a vitória de Nicolás Maduro, a líder oposicionista María Corina Machado afirmou nesta segunda (29) que o novo presidente eleito da Venezuela foi o ex-embaixador Edmundo González Urrutia.

“A Venezuela tem um novo presidente eleito e ele é Edmundo González Urrutia. Vencemos e todos sabem disso”, disse a ex-deputada aos jornalistas, acompanhada pelo candidato da Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal bloco da oposição.

Machado, principal apoiadora do ex-embaixador, garantiu que dispõe de mais de 40% das atas transmitidas pelo órgão eleitoral, segundo as quais González Urrutia obteve 70% dos votos, enquanto Maduro ficou com 30%.

“Esta é a verdade e é, meus queridos venezuelanos, a eleição presidencial com a maior margem de vitória da história. Parabéns, Edmundo!”, comemorou a líder antichavista.

A opositora comentou que nos próximos dias serão anunciadas “ações de defesa da verdade”. Nesse sentido, já instou a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) a “respeitar a soberania popular” expressa nas eleições presidenciais deste domingo.

“Os militares estavam lá (…) o dever das Forças Armadas Nacionais é respeitar a soberania popular expressa no voto, e é isso que nós, venezuelanos, esperamos de cada um dos nossos soldados”, destacou Machado.

Por sua vez, Urrutia denunciou que “todas as regras foram violadas” depois que o CNE anunciou a vitória de Maduro nas eleições.

“Os venezuelanos e o mundo inteiro sabem o que aconteceu hoje no dia das eleições, todas as regras foram violadas aqui, a tal ponto que a maior parte das atas ainda não foram entregues”, lamentou o ex-embaixador.

O diplomata comentou que a sua mensagem e a da coligação que representa, de “reconciliação e mudança em paz”, continua válida, e disse estar “convencido de que a grande maioria dos venezuelanos aspira a mesma coisa”.

“Nossa luta continua e não descansaremos até que a vontade do povo da Venezuela seja respeitada”, acrescentou.

Com informações EFE

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