A portaria do governo federal que proíbe o uso da “linguagem neutra” se tornou alvo do Ministério Público Federal (MPF), na terça-feira 15. Assinada pela Secretaria Especial da Cultura, a medida do Poder Executivo veda o uso do dialeto não binário em projetos financiados pela Lei Rouanet.
Lucas Costa Almeida Dias, procurador regional dos Direitos do Cidadão e autor da peça contra o governo, argumenta que proibir o uso da linguagem neutra configura “censura prévia, reforça o capacitismo, constitui obstáculo ao exercício plural do direito à cultura e da liberdade de expressão”.
Para Dias, a proibição imposta pela portaria caracteriza um comportamento de “regimes ditatoriais”, que ofende os princípios da igualdade, não discriminação e dignidade da pessoa humana. Além do pedido de anulação da portaria, o MPF também requer que a sociedade seja indenizada em R$ 1 milhão.