MPF investiga livro do Senado que tem críticas a Bolsonaro

Representação considera que falta pluralidade em livro com críticas a Bolsonaro

O Ministério Público Federal (MPF) iniciou um inquérito civil para investigar o livro 100 Vozes pela Democracia: um Mosaico de Reflexões da Sociedade Brasileira Frente à Ascensão da “Extrema Direita Reacionária”, que foi publicado pelo Senado.

O conteúdo do livro inclui diversas críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e às políticas ultraliberais e conservadoras, com várias menções negativas ao ex-presidente.

A representação também revela que a direita é retratada de maneira negativa no livro. A representação considera que, na publicação, há falta de pluralidade política, ao afirmar que o livro promove unicamente um espectro político, em desacordo com o que prevê a Constituição Federal.

De acordo com o Metrópoles, a obra custou R$ 39,5 mil ao Senado e tem mil exemplares. Foi publicada pela Editora Senado e paga com dinheiro público. É possível acessar a versão digital do livro, produzido em 2022, no site da biblioteca do Senado.

Atual governo está em peso no livro que critica gestão de Bolsonaro

Entre os autores dos cem artigos estão figuras como Lula, Flávio Dino, Luciano Huck e a presidente do PT, Gleise Hoffmann.

Também escreveram o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin; o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha; a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; a ministra de Planejamento, Simone Tebet; o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias; e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França.

O jurista Luiz Augusto Módolo critica a publicação de propaganda político-partidária em uma obra oficial do Senado e pede a remoção do livro do site da instituição e a investigação sobre quem foi responsável pela iniciativa.

Três exemplares em papel estão disponíveis na biblioteca pública. O trabalho foi organizado pela entidade Direitos Já! Fórum pela Democracia, que reuniu políticos de diversos partidos de oposição ao governo Bolsonaro.

A representação foi aceita também pelo fato de o governo estar em peso no livro. A produção do mesmo ocorreu no fim do governo Bolsonaro e em um período próximo da eleição vencida por Lula.

COMPARTILHAR