O Ministério Público Eleitoral já está apurando a denúncia do suposto uso de empresas de fachada na campanha do ex-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), em 2020.
Segundo o advogado especialista em direito eleitoral, Arthur Rollo, o psolista pode ter que devolver dinheiro do fundo partidário utilizado durante a campanha eleitoral.
Em entrevista à Jovem Pan neste sábado, 13, o advogado afirmou que o Ministério Público já concluiu que uma das empresas investigadas, que teria recebido o valor para ações da campanha, não foi localizada.
“Há fortes indícios de que se trata de uma empresa fantasma. Agora, a campanha de Boulos vai ter que justificar porque gastou R$ 28 mil em uma empresa que o Ministério Público não encontrou. Se essa empresa for fantasma, se houve uma declaração falsa, para onde foi esse dinheiro, tudo isso vai precisar ser esclarecido”, disse.
Caso Oswaldo Eustáquio
A denúncia sobre possíveis irregularidades em duas empresas contratadas por Boulos foi feita pelo jornalista investigativo Oswaldo Eustáquio.
“O Oswaldo Eustáquio foi acusado de fake news. 50% da denúncia que ele fez naquela ocasião já foi confirmada pelo Ministério Público eleitoral”, destacou Rollo.
Vale ressaltar que Eustáquio foi condenado pela Justiça de São Paulo a pagar R$ 15 mil de indenização a Guilherme Boulos. Cabe recurso.
Logo após o caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou o jornalista a usar tornozeleira eletrônica.
Segundo o advogado, as informações desatualizadas das empresas já demonstram a falta de transparência e “esvaziam” o discurso de Boulos, que diz ser vítima de fake news e perseguição.
Guilherme Boulos tem negado que sua campanha usou empresas de fachada.