Ex-juiz classificou declaração do parlamentar como “inaceitável”
O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) saiu em defesa da jornalista Miriam Leitão após tuíte do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL). Na publicação, o parlamentar rebateu uma crítica da comunicadora ao presidente Jair Bolsonaro fazendo alusão ao período em que ela foi capturada pelo regime militar.
“É inaceitável usar um episódio de tortura para atacar a jornalista Miriam Leitão. A vergonha está no ofensor. Covarde é quem ofende mulher”, declarou Moro no Twitter.
Neste domingo (3), Miriam Leitão compartilhou o link de sua coluna do jornal O Globo e afirmou que “Bolsonaro é inimigo confesso da democracia”. O filho do presidente, por sua vez, repostou a publicação e escreveu “Ainda com pena da cobra”. O deputado não entrou em detalhes, mas internautas relacionaram o comentário ao período militar.
Segundo relatos de Miriam, ela teve de ficar nua em frente a dez soldados e três agentes de repressão e passar horas trancada em uma sala com uma jiboia. Ela estava grávida à época e era militante do PCdoB.
Moro não foi a única figura política a se pronunciar. Entre os que criticaram Eduardo Bolsonaro estão Lula e Ciro Gomes.
“Minha solidariedade à jornalista Miriam Leitão, vítima de ataques daqueles que defendem o indefensável: as torturas e os assassinatos praticados pela ditadura”, disse o petista.
“Difícil saber quem é o pior dos torturadores. O que fere primeiro ou o que reacende a chaga da memória sempre aberta de um torturado. Ao debochar de Miriam Leitão, o verme Eduardo Bolsonaro nos provoca essa sombria reflexão”, escreveu Ciro.