Ministro argumentou que PF ainda investiga possível conexão de mensagens de empresários com ameaças a instituições
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quarta-feira, 14, um pedido da defesa de Luciano Hang para que a apuração sobre empresários apoiadores do governo federal migrasse para a Justiça Federal de Brasília.
A defesa de Hang, um dos alvos da apuração, argumentou que o caso não deveria ser apreciado pelo STF, já que nenhum envolvido conta com a prerrogativa de foro na Corte. Segundo os advogados do empresário, nenhuma das mensagens que deu origem à investigação ameaça ministros do Supremo.
No entanto, Moraes entendeu que o envio da apuração para outra instância seria “prematuro”. A Polícia Federal ainda analisa as provas reunidas na ação de busca e apreensão e avalia se existe conexão com outros fatos apurados no Supremo sobre ameaças a instituições.
“Ainda que esta investigação se encontre em fase inicial, seria absolutamente prematuro proceder ao declínio de competência desta Suprema Corte, ainda mais em momento anterior à análise, pela Polícia Federal, dos elementos colhidos a partir das buscas e quebras de sigilo realizadas nos autos”, escreveu o ministro do STF.
Investigações contra empresários
O grupo de oito empresários é investigado por mensagens supostamente de teor golpista em um grupo privado no WhatsApp. Os investigados foram alvos de busca e apreensão em 23 de agosto, além de bloqueio de todas as contas bancárias e de contas em redes sociais.
Na operação, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão sobre o caso em cinco Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará. Segundo informações da PF, 35 oficiais participaram da ação, que corria em sigilo na Suprema Corte, mas foi liberada por Moraes.
Além da Luciano Hang, estão envolvidos na investigação Afrânio Barreira Filho (restaurante Coco Bambu), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Isaac Peres (grupo Multiplan), José Koury (Shopping Barra World), Luiz André Tissot (Indústria Sierra), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Meyer Joseph Nigri (Tecnisa).