Moraes pede a própria prisão em registro feito no sistema do CNJ

Conselho diz que falso mandado foi introduzido por um usuário regularmente cadastrado no sistema

Uma ordem de prisão inserida no Banco Nacional de Mandados de Prisão, o BNMP, está sob investigação das autoridades após constar que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), teria determinado sua própria prisão. No mandado, que é falso, consta a determinação: “expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes”.

A ordem, que teria sido emitida por Moraes, entretanto não existe. No mandado, consta a numeração de um processo que realmente tramita no Supremo Tribunal Federal, mas que tem a relatoria do ministro Dias Toffoli. A última decisão sobre o caso data de 19 de dezembro do ano passado, na qual Toffoli negou um habeas corpus impetrado pelo advogado Philipe Barbato Marinho.

Em nota, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que administra o BNMP, disse ter identificado uma inconsistência “fora do padrão” no sistema, que teria sido introduzida por um usuário regularmente cadastrado no sistema. O CNJ ainda disse que haverá restrição de acessos à plataforma.

– O caso já se encontra sob investigação oficial das autoridades responsáveis. Cautelarmente, e como medida de segurança, haverá restrição de acessos à plataforma, embora esteja preservada a integridade das demais informações que foram, regularmente, produzidas dentro do sistema – destacou o conselho.

De acordo com a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, a Polícia Federal vai investigar se houve um ataque hacker ao sistema. Ao tentar acessar o sistema durante a manhã desta quinta-feira (5), o usuário encontra uma mensagem de erro que informa que o portal está indisponível.

SOBRE O FALSO MANDADO

No falso mandado de prisão, divulgado pelo colunista Paulo Cappelli, do site Metrópoles, o autor do texto insere diversas frases irônicas com críticas ao ministro como “o Estado somente eu”, “vontade extraordinária de ver o Lula continuar na presidência” e “publique-se, intime-se e faz o L”.

O texto faz referência também ao processo eleitoral, especialmente com relação às urnas eletrônicas, e diz que Moraes condena a si mesmo por litigância de má-fé, justamente a conduta que ele atribuiu ao PL quando multou o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro em mais de R$ 22 milhões na ação na qual a sigla questionou o TSE sobre as urnas usadas no pleito deste ano.

Fonte: Pleno News

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