Maria Cláudia Bucchianeri Pinheiro manifestou-se a favor de o presidente Jair Bolsonaro fazer lives nas residências oficiais
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, fez um sinal de “degola”, durante o voto da ministra Maria Cláudia Bucchianeri Pinheiro, a favor do presidente Jair Bolsonaro fazer lives nos palácios da Alvorada e Planalto. O pedido foi feito pelo PDT, partido de Ciro Gomes.
Nas imagens da sessão, é possível notar o semblante de desaprovação do magistrado. Não se sabe se o gesto foi para a juíza Maria Cláudia. Pouco depois, o tribunal formou maioria pela proibição de Bolsonaro de fazer as transmissões. Votaram pelo presidente Carlos Horbach, Raul Araújo e Maria Claudia; Moraes, Benedito Gonçalves, Cármen Lúcia e Lewandowski, contra.
A ministra considerou que as lives nos palácios não são atos vedados. Ela citou que, em 2020, quando havia restrições a atos públicos por causa da pandemia de covid-19, políticos recorreram a lives, muitas delas em residências oficiais.
“Entendo que fato de fazer uma live com estante de livro ou parede branca, mas na residência oficial não agrega nenhum valor a uma live que seria feita em quarto de hotel, mas com fundo branco”, argumentou a ministra do TSE.
A decisão somou-se a outras do tribunal contra o presidente. Até o momento, sob Moraes, pelo menos 16 intervenções contra a campanha à reeleição de Bolsonaro ocorreram, entre elas, proibir o chefe do Executivo de usar na campanha imagens do 7 de Setembro, o discurso em Londres e o pronunciamento oficial na Assembleia Geral da Organização as Nações Unidas.