Presidente divulgou um inquérito sobre ataque hacker aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta terça-feira, 18, que a Polícia Federal (PF) tem até 28 de janeiro para ouvir o presidente Jair Bolsonaro sobre o vazamento de dados.
A determinação à PF foi dada no âmbito do inquérito inconstitucional que apura supostos ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), noticiou o jornal Folha de S.Paulo, que obteve acesso a documentos expedidos por Moraes.
Em agosto do ano passado, Bolsonaro divulgou nas redes sociais o link com a íntegra de um inquérito da PF. O procedimento apura um ataque hacker ao sistema interno do TSE, em 2018, que violou as urnas eletrônicas.
Conforme os investigadores da PF, os criminosos obtiveram o código-fonte das máquinas. Intimado a prestar depoimento presencial, Bolsonaro terá de dar explicações. Trata-se de uma das últimas etapas da investigação.
Especialista levanta dúvidas sobre as urnas
Amílcar Brunazo, engenheiro especialista em segurança de dados e voto eletrônico, afirmou que a confiabilidade das urnas eleitorais é duvidosa. De acordo com ele, o equipamento pode ser objeto de fraude. “O software é desenvolvido no TSE seis meses antes das eleições, compilado com 15 dias de antecedência, transmitido por internet pelos tribunais regionais e por cartórios, e gravado num flashcard”, explicou Brunazo, durante audiência pública em comissão especial da Câmara dos Deputados, em 2021.
“A equipe do professor Diego Aranha, dentro do TSE, mostrou ser possível pegar esse cartão, inserir nele um código espúrio, que não foi feito pelo TSE, e colocar na urna eletrônica”, salientou o especialista, ao mencionar que os brasileiros acabam tendo de confiar no servidor que vai pôr o dispositivo na máquina. “Muitas vezes é um profissional terceirizado. Realmente, o processo eleitoral brasileiro depende da confiança de todos os funcionários envolvidos. Isso é um equívoco”, lamentou Brunazo.