Moraes articula para aumentar ainda mais seu poderio no TSE

Dois ministros deixarão a Corte e Moraes faz lobbie pesado para preencher vagas com seus asseclas

Enquanto a vacância do ministro Ricardo Lewandowski atrai os olhares para a possível indicação do advogado de Lula (PT), Cristiano Zanin, ao Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes atua, quase que sem ser percebido, para ampliar ainda mais seu clã no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Duas vagas serão abertas na próxima semana na Corte, e o presidente do tribunal tem se dedicado a fazer lobbie pesado para que as cadeiras sejam preenchidas por um de seus asseclas, de acordo com a coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo.

Com estas ocupações favoráveis a Moraes, aumentará de maneira colossal o alcance de suas decisões no âmbito do TSE, mesmo quando o magistrado deixar o tribunal, o que ocorrerá em junho de 2024. Ainda que, futuramente, não esteja mais na Corte Eleitoral, conseguindo emplacar aliados, Moraes ramifica sua influência nos meandros do Judiciário.

Antes da aposentadoria compulsória do ministro Lewandowski, o referido magistrado gozava de maioria em plenário, com quatro dos sete votos. Agora, com a vacância do ministro, a votação não mais lhe assegura a certeza da decisão, já que seus aliados em plenário são apenas dois: a vice-presidente, Cármen Lúcia, e o corregedor – conhecido pela célebre frase de submissão a Moraes, “missão dada, é missão cumprida” – Benedito Gonçalves, relator das 16 ações que podem resultar na inelegibilidade de Jair Bolsonaro.

Em novembro, o ministro Benedito Gonçalves deixará o tribunal, o que obriga Moraes a buscar com mais vigor o preenchimento das vagas por nomes que lhe sejam amistosos.

Os dois ministros que deixarão a Corte na próxima semana são Sérgio Banhos e Carlos Horbach. A composição do tribunal pode ser fator determinante para as decisões sobre o futuro político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

COMPARTILHAR