A Procuradoria-Geral da República (PGR) só foi notificada sobre a operação contra empresários pró-governo depois de ela ter sido autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, 23.
É o que informou o jornal Folha de S.Paulo, na manhã de hoje. O procedimento-padrão estabelece que o Ministério Público Federal (MPF) é quem tem de dar o primeiro passo. A PGR informou que a notificação ainda não chegou.
As diligências foram solicitadas pela Polícia Federal (PF) e autorizadas por Moraes sem que o MPF se manifestasse. Como fez outras vezes, o ministro só acionou a PGR para fazer sugestões e acompanhar o ato após ocorrido.
Operação de Moraes contra empresários
A atuação de Moraes tem gerado críticas de integrantes do MPF, que afirmam que o órgão acusatório precisa ser ouvido antes. O presidente Jair Bolsonaro chegou a protocolar ação contra o magistrado por abuso de autoridade por ter driblado um pedido da PGR de arquivamento do inquérito dos “atos antidemocráticos” abrindo outro, o de milícias digitais, bastante semelhante.
Segundo informações da PF, 35 oficiais participaram da ação, que ocorre no âmbito de inquérito em tramitação no Supremo. Entre os alvos da operação desta terça-feira estão Luciano Hang (lojas Havan), José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), Luiz André Tissot (Grupo Serra), Meyer Joseph Nigri (Tecnisa), Marco Aurélio Raymundo (Mormaii) e Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu).