Miriam Leitão critica Bolsonaro: “Exagerado… não pareceu grave”

Para jornalista, trazer cirurgião das Bahamas foi uma “extravagância”

Nesta terça-feira (4), a jornalista da GloboNews, Miriam Leitão, avaliou como um “exagero” e “extravagância” o ato de trazer o cirurgião do presidente Jair Bolsonaro das Bahamas para atender a um problema de saúde que, para ela, “nunca pareceu grave”. Na avaliação da apresentadora, o chefe do Executivo poderia ter sido atendido por médicos que já se encontravam no Hospital Vila Nova Star, onde ele permanece internado.

“Parece muito exagerado ter que trazer um médico das Bahamas para [avaliar/tratar] um problema que, desde o começo, nunca pareceu grave. Se fosse grave, claro, você move mundos e fundos. […] Esse custo de trazer o médico, achei meio extravagante, para ver o presidente e dizer que está tudo bem e que já não vai precisar de cirurgia. É ótimo que não vai precisar de cirurgia, mas, desde o começo, não pareceu um caso de gravidade. Então, poderia ser cuidado pelos médicos locais”, assinalou a comunicadora.

Miriam questionou ainda os custos envolvendo o retorno do cirurgião Antônio Luiz Macedo ao Brasil. O médico, que cuida do presidente desde o episódio da facada, em 2018, embarcou em voo fretado pelo hospital e chegou a São Paulo na manhã desta terça-feira (4).

“E não é ele pagando, nem o médico pagando essa vinda. Esse é que é o problema, o problema de quanto custa para todos nós dois cuidar de um problema que não pareceu grave desde o começo e que poderia ser cuidado por outros médicos que estão qualificados para isso dentro daquele hospital”, reiterou Miriam.

A jornalista, que disse torcer pela recuperação e saúde do chefe do Executivo, mencionou os cuidados que ele deve seguir e classificou como “exagero” o modo como ele aproveitou as férias no fim de 2021. Ela também reforçou as críticas da imprensa sobre a ausência do presidente nos estados do Nordeste após as enchentes na região.

‘Ele tem que seguir as dietas. Acho que todo mundo viu que ele teve uma vida de exageros nas últimas duas semanas enquanto o país enfrentava os rigores de um desastre ambiental no Nordeste, e ele se divertia tão intensamente no Sul. Claro que ele pode se divertir, mas, nesse momento, o papel de um chefe do Estado é estar sempre com o seu povo quando ele sofre. Isso faz parte da descrição do que é o trabalho de um presidente da República, e nisso ele falhou mais uma vez”, concluiu.

O presidente Jair Bolsonaro foi hospitalizado nesta segunda-feira (3), após sentir dores na região abdominal. Ele foi diagnosticado com uma nova suboclusão intestinal em razão do atentado com faca que sofreu em Juiz de Fora, e coube ao seu médico, Antônio Luiz Macedo, decidir sobre a necessidade de cirurgia.

Após avaliação clínica, Macedo optou, na manhã desta terça-feira (4), por seguir com o tratamento clínico e descartar, por enquanto, a necessidade de um procedimento invasivo.

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