Segundo jornalista, “improviso” do petista deixou o Brasil imerso em uma crise diplomática
Nesta terça-feira (20), a jornalista Míriam Leitão publicou uma análise sobre o comentário de Lula (PT), que, no último domingo (18), comparou as ações de Israel em Gaza ao que Hitler, líder nazista, fez com judeus durante a 2ª Guerra Mundial.
Já no título do texto, Míriam apontou que o “país está imerso numa crise diplomática provocada por um improviso de Lula”.
“Ontem, o país se viu imerso numa crise diplomática provocada por um improviso de Lula. Outros ruídos têm nascido de falas impensadas. Isso provocou um acalorado debate no Brasil, nas últimas horas, sobre se foi erro ou não a declaração de Lula. Como o papel da diplomacia é superar crises e não criá-las, é evidentemente um erro”.
Ela defendeu que assessores deveriam ter coragem de alertar o presidente para os riscos do improviso.
“O Itamaraty está tendo que lidar com uma confusão desnecessária e, ontem, inclusive, o Planalto convocou uma reunião de emergência sobre o assunto. Para evitar novos problemas dessa natureza seria necessário que os assessores de política externa tivessem a coragem de alertar o presidente Lula para os riscos do improviso. Elogios e adulações induzem os governantes a equívocos que, em política externa, podem ser difíceis de consertar”, avaliou Leitão.
A jornalista, no entanto, disse que “a crítica ao que está acontecendo em Gaza precisava ser feita”. E Lula acertou várias vezes durante a viagem à África na condenação do que está acontecendo com os palestinos.
Para ela, porém, “o Holocausto foi uma página tão dilacerante na História que o mais sensato a fazer é compreender sua dimensão e evitar qualquer comparação, porque é inútil ou provocará sempre muita reação”.
“Criticar a fala de Lula não significa aceitar o inaceitável em Gaza ou concordar por um segundo que seja com Netanyahu. (…) Cada palavra deve ter um propósito e ser exatamente na medida e no tom corretos”.