Em aparente ação coordenada, ministro da Justiça, Flávio Dino, e ministro do GSI, Ricardo Cappelli, atacam gigantes da tecnologia em prol do PL da Censura
O ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Ricardo Cappelli, atacou as big techs nas redes sociais para defender o Projeto da Censura nesta segunda-feira, 1º. O ministro da Justiça, Flávio Dino, fez o mesmo.
“É no mínimo curioso ver empresas estrangeiras fazendo campanhas publicitárias agressivas contra o PL das Fake News”, afirmou Cappelli. “Típico caso de interferência externa indevida em assunto de interesse nacional conduzido pelo parlamento brasileiro”, completou em postagem no Twitter.
Também pelo Twitter, Dino compartilhou um post da militância digital Sleeping Giants Brasil, para avisar que encaminhará uma suposta ação do Google “à análise da Secretaria Nacional do Consumidor, órgão do Ministério da Justiça, à vista da possibilidade de configuração de práticas abusivas das empresas”.
As declarações dos ministros do governo Lula vêm depois de as empresas Meta (dona do Facebook, do Instagram e do WhatsApp) e Google terem se posicionado contra o Projeto da Censura.
Em sua primeira manifestação pública a respeito da medida, a Meta afirmou que o Projeto da Censura cria um “sistema permanente de vigilância, similar ao de países de regimes antidemocráticos”.
Para as big techs, Projeto da Censura pode aumentar a desinformação
Além disso, a Meta apresentou uma série de problemas no projeto, e declarou que o seu texto atual “tornaria difícil que empresas de tecnologia como a nossa continuem a oferecer o tipo de serviços gratuitos usado por milhões de pessoas e negócios no Brasil”.
O diretor de relações governamentais e políticas públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, disse que o Projeto da Censura é vago. E que o Google já tem medidas para moderar conteúdo de ódio. Além disso, disse que a responsabilidade pela violência nas escolas não é só das big techs.
Tanto para o Google como para a Meta, o PL da Censura pode aumentar a desinformação.