‘Contra os militares’ – Ministro da Defesa vai ser um civil, anuncia Mercadante

Atualmente, pasta é ocupada por um militar

O ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), coordenador dos grupos técnicos do governo de transição, anunciou nesta sexta-feira, 18, que o presidente eleito, Lula (PT), vai indicar um civil para ser ministro da Defesa. “O presidente já disse isso publicamente”, disse Mercadante a jornalistas. “O ministro da Defesa será um civil, foi no governo dele e será agora.” Conforme Mercadante, o grupo de trabalho que vai tratar da transição na parte dos militares deve ser anunciado na próxima semana.

“Todos serão positivamente surpreendidos pela representatividade e pela estatura das pessoas que vão participar”, garantiu. “Vamos fechar o grupo, e vocês vão ter uma bela surpresa, o grupo está muito bem construído.”

Na quinta-feira 17, o ex-ministro disse que havia um “problema institucional” nas Forças Armadas. A equipe petista já cogitou fazer somente um grupo de trabalho para a Defesa e Inteligência. Contudo, a atual avaliação é que serão duas equipes separadas. Ambos os grupos são os únicos que ainda não possuem uma definição sobre seus coordenadores.

A declaração de Mercadante coincide com uma fala do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz disse estar “convencido de que a pasta deve ser ocupada por um civil”.

O magistrado também comentou um suposto convite de Lula para ocupar a Defesa, mas negou qualquer negociação. “Li pelos jornais, mas minha expectativa é cuidar dos netos”, disse. “Fora de cogitação, até porque não fui convidado.”

Outras nomeações

No Diário Oficial da União (DOU) desta manhã, foram nomeadas outras pessoas para a transição de governo. Trata-se de Marcio Pochmann, ex-presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, que vai participar do grupo de Planejamento, Orçamento e Gestão.

O DOU ainda corrigiu a formação do grupo de Planejamento, que contaria com o auxílio do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Ontem, ele enviou uma carta ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), coordenador da transição, informando que deixaria a equipe.

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