País enfrenta uma onda de protestos depois da aprovação da reforma da previdência
Marlène Schiappa, ministra da França responsável pela Economia Social e Solidária e Vida Associativa, estampa a capa da revista erótica Playboy, nesta semana. A atitude foi criticada por diversos setores e classificada como “inadequada”, no atual contexto de conflito social no país.
Schiappa, 40 anos, também autora de livros eróticos, aparece de vestido branco e, na entrevista da edição da revista para adultos que sai na quinta-feira 6, fala sobre direitos da mulher, política e literatura.
“Defender o direito da mulher de dispor de seu próprio corpo é feito sempre e em qualquer lugar. Na França, a mulher é livre”, postou ela no Twitter no fim de semana.
Para a editora da revista, Schiappa é a personalidade política “mais compatível com a Playboy”, porque está comprometida com os direitos das mulheres e pode ser um instrumento da causa feminista.
Críticas
A primeira-ministra, Élisabeth Borne, considerou a aparição de Schiappa na revista erótica “totalmente inadequada”, no atual contexto de tensão na França.
A oposição de esquerda criticou, assim, a estratégia de comunicação do governo, depois que o ministro do Trabalho, Olivier Dussopt, apareceu na revista LGBTI Têtu e Macron falou na revista infantil Pif Gadget.
“Estamos em meio a uma crise social e tenho a impressão de que há uma cortina de fumaça entre Têtu, Pif Gadget e Playboy”, lamentou a deputada Sandrine Rousseau.
“A França está saindo dos trilhos”, de acordo com o líder esquerdista Jean-Luc Mélenchon.
O país registra protestos maciços contra o adiamento da idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e o aumento da contribuição para 43 anos até 2027, para arrecadar uma previdência completa, que o presidente liberal Emmanuel Macron adotou por decreto.