Ministério da Saúde estuda abandonar Coronavac em 2022

Com o contrato da Coronavac terminando este mês, o Ministério da Saúde não pretende mais adquirir novos lotes do imunizante contra a covid-19, conforme apurou um site de notícias. “A Coronavac ainda está com o registro emergencial pela Anvisa. Assim, compras futuras (dentro do planejamento do próximo ano) não mais se justificam legalmente por órgão público nessa situação”, alegou um integrante do órgão federal.

Nos bastidores da pasta, a justificativa é a inexistência de autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aplicação do imunizante em adolescentes. Outro argumento que reforça a decisão do MS é de que as normas técnicas não recomendam, como dose de reforço, a aplicação da mesma. Isso porque, de acordo com os estudos, existe uma maior efetividade com o esquema heterólogo, como dose adicional, e a proteção da chinesa Coronavac cai com o tempo nas faixas mais altas de idade.

O Ministério também reforça que 100% da população acima de 18 anos já recebeu a primeira dose, e existem imunizantes suficientes para garantir a segunda aplicação em todos os brasileiros, até mesmo os que tomaram a Coronavac. “Como o sistema não identifica essa informação, estamos fazendo um levantamento, junto aos municípios, para ver se há ainda pessoas nessa faixa etária que precisam iniciar o esquema vacinal. [E para isso] Poderíamos enviar as doses que temos em nosso estoque de Coronavac”, ressalta.

Na última semana, o Butantan falou sobre a possibilidade de não entrar nas novas compras do Ministério da Saúde e anunciou a venda de doses do imunizante a cinco estados. O governo federal, reagiu e ressaltou que o acordo com a farmacêutica estabelece exclusividade total até o fim do contrato.

A pasta reforçou que em caso de quebra de contrato por parte do Butantan, o governo paulista terá que pagar R$ 31 milhões em multas.

Em nota, o Butantan alegou que o Ministério da Saúde “não tem direito de impedir que estados e municípios ajam com celeridade para proteger suas populações” e afirmou que a entrega de vacinas ao governo federal foi concluída no dia 15 de setembro. A substituição dos lotes interditados pela Anvisa já teria sido iniciada. Em nota divulgada na quarta-feira, o instituto informou que havia recolhido 1,8 milhão de doses.

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