Ex-primeira-dama cumpriria agenda com a senadora Damares Alves
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro cancelou uma turnê que iria fazer por igrejas evangélicas dos Estados Unidos após o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na quinta (8). Em um primeiro instante, a agenda de Michelle no exterior, que seria feita com a senadora Damares Alves (Republicanos), havia sido mantida.
Michelle iria participar da turnê chamada “Encontro de Mulheres Protagonistas” entre esta segunda (12) e a sexta-feira (16). A ex-primeira-dama iria palestrar em igrejas de Orlando e Pompano Beach, na Flórida, Atlanta, na Geórgia, e Boston, em Massachusetts.
A informação do cancelamento por parte de Michelle foi dada por Damares, que ainda vai participar da turnê. A senadora disse que a ex-primeira-dama não viajou para os EUA por conta do que “está acontecendo no Brasil”.
“Estou em Miami me preparando para os eventos Mulheres Protagonistas. Claro, a nossa ex-primeira-dama não pode vir. Todos estão acompanhando o que está acontecendo no Brasil. Era mais fácil para mim ter ficado lá. O meu DF também está passando por grandes problemas nestes dias (em referência às fortes chuvas que atingiram a capital do País nesta semana), mas eu decidi vir, porque é neste momento que nós precisamos fortalecer o movimento conservador no Brasil e fora do país”, disse Damares no perfil oficial do evento no Instagram.
A operação, denominada Tempus Veritatis, cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, além de quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão. Bolsonaro teve o seu passaporte apreendido e está proibido de deixar o país.
A investigação apura a existência de uma suposta organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado, em mais uma fase da devassa promovida pelo Judiciário em desfavor do ex-presidente Bolsonaro. Michelle não foi alvo da investigação.
Em entrevista à Coluna do Estadão na quinta, Bolsonaro afirmou que não tinha tido acesso aos autos da investigação a sugeriu que a ação da PF era uma perseguição.
“Não tenho acesso ao que é, qual o motivo da busca e apreensão e o que está sendo investigado. (…) Me perseguem o tempo todo”, declarou.