Mercado se decepciona com “proposta” de responsabilidade fiscal de Lula

Reação positiva do setor com a divulgação da carta do petista se reverteu após constatação de que ela não trazia nenhum compromisso concreto

A notícia de que Lula se comprometeria de forma clara com algum tipo de “responsabilidade fiscal” em uma carta fez o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa, disparar por alguns minutos e alcançar a máxima do dia, com valorização de 3,06%.

A alegria dos investidores, no entanto, durou tanto tempo quanto foi necessário para enfrentar as 9 páginas da “Carta para o Brasil do Amanhã”.

Com a repetição das mesmas promessas de campanha apresentadas nos últimos meses e sem novidades ou compromissos (como prometido), o mercado logo voltou para onde estava, e o Ibov fechou em +1,66% – patamar em que se encontrava antes do anúncio.

Na carta (leia a íntegra aqui), Lula dedica 26 parágrafos a apresentar como vai gastar dinheiro e apenas dois sobre como deverá lidar com o lado da responsabilidade fiscal. Mesmo assim, sem explicitar como realmente fará isso.

Se houve alguma novidade é a menção a metas fiscais plurianuais e a indicação de que pretende lidar com o arcabouço tributário em algum momento.

“O sistema tributário não deve colocar o investimento , a produção e a exportação industrial em situação desfavorável”, diz um trecho do texto. Seria uma reforma tributária? Ninguém consegue dizer.

O fato é que até agora o mercado aguarda um posicionamento claro sobre quais os planos para o arcabouço fiscal em um eventual governo Lula. Hoje, muitos acharam que seria o fim do suspense, se enganaram.

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