Mayra: Há comprovações de que lockdown pode causar danos

À CPI, ela citou fome, miséria e desemprego como danos à sociedade

A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, e médica, Mayra Pinheiro, afirmou à CPI da Covid que “as políticas de lockdown” podem causar danos à sociedade, como “fome, miséria e desemprego”.

Segundo a médica, a “doença Covid-19 confere imunidade mais eficaz que as vacinas” atualmente em uso. Ela defendeu que, “em pequenos grupos”, a estratégia de imunização por meio do contágio pode ser eficaz. E o uso de medicamentos para o tratamento da Covid-19 tem sido usado por integrantes do Executivo nacional como alternativa às medidas profiláticas, como o distanciamento físico, uso de máscaras e higienização adequada das mãos.

– No contexto atual, sabemos que a doença confere uma imunidade mais eficaz do que a vacina que estamos utilizando porque estamos usando vacinas em fase 3 de testes clínicos pela nossa urgência – declarou Mayra ao colegiado.

Durante o depoimento à CPI, Mayra disse que não comentaria o comportamento do presidente da República, em referência à Motociata, na qual Bolsonaro esteve sem máscaras, ao lado do ex-ministro da Saúde e general do Exército Eduardo Pazuello.

Apesar das declarações, Maya disse ser “extremamente perigosa” a ideia de induzir a imunidade da população por meio do efeito de rebanho.

– Para grandes populações, não se sabe quantas pessoas vão precisar ser submetidas a esse tipo de teoria, e ela pode induzir [a] milhares de óbitos, então eu não concordo com isso de forma generalizada. Em pequenos grupos populacionais, isso pode ser usado – afirmou a médica, ainda que tenha destacado ser necessária a vacinação de pessoas que contraíram a Covid-19.

– Nós podemos desenvolver imunidade de duas formas, e isso está bem claro para a sociedade. A doença em si confere imunidade, mas a vacina confere imunidade em escala. A gente não precisa esperar que muitas pessoas adquiram infecção para terem imunidade – disse Mayra à Comissão.

A secretária também criticou decisões da Organização Mundial da Saúde (OMS) e disse que o órgão “errou” ao recomendar o uso de máscaras tardiamente.

– A situação de emergência foi em janeiro, e somente em junho foi dada a orientação para que todos usassem máscaras – destacou.

Com informações do Estadão

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