Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira não são vistos desde a manhã de domingo
Nesta segunda-feira (6), o Ministério Público Federal (MPF) informou que a Marinha do Brasil irá conduzir as buscas pelo jornalista Dom Phillips, do jornal jornal britânico The Guardian, que desapareceu durante uma viagem pela região do Vale do Javari, no Amazonas. O órgão já instaurou um procedimento administrativo para apurar o desaparecimento.
Além do jornalista, o indigenista Bruno Pereira, da Fundação Nacional do Índio (Funai), também desapareceu no mesmo local. As buscas serão conduzidas na região por meio do Comando de Operações Navais.
Além da Marinha, o MPF também acionou a Polícia Federal (PF) e a Força Nacional para auxiliar nas buscas.
A VIAGEM
Lideranças indígenas afirmaram que os dois teriam se deslocado inicialmente na última sexta (3) até uma localidade chamada Lago do Jaburu, para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas. Neste domingo, eles retornariam logo cedo para Atalaia do Norte.
Na viagem de retorno para Atalaia do Norte, os dois teriam parado na comunidade São Rafael, onde conversariam com um comunitário de apelido Churrasco. No entanto, os dois acabaram conversando com a esposa dele, já que o homem não se encontrava no local, segundo as instituições indígenas.
De acordo com o advogado da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Eliésio Marubo, o indigenista Bruno Pereira é experiente e profundo conhecedor da região já que foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por anos. Além de atuar na coordenação regional, Pereira também foi por quase três anos coordenador-geral de Índios Isolados e Recém Contatados da Funai.
THE GUARDIAN SE POSICIONA
Por meio de nota, o jornal britânico The Guardian confirmou o desaparecimento de Dom Phillips. Sediado em Salvador, o jornalista faz reportagens sobre o Brasil há mais de 15 anos para jornais como o Guardian, Washington Post, New York Times e Financial Times. O veículo britânico disse que busca informações sobre o paradeiro do profissional.
“O Guardian está muito preocupado e busca urgentemente informações sobre o paradeiro e a condição de Phillips. Estamos em contato com a embaixada britânica no Brasil e autoridades locais e nacionais para tentar apurar os fatos o mais rápido possível”, informou o Guardian News & Media.
Phillips se juntou a uma das expedições de Pereira à mesma região em 2018 para reportar notícias sobre as tribos perdidas da Amazônia para o Guardian. Na semana passada, o jornalista postou um vídeo em seu perfil no Instagram em um dos rios amazônicos.
FUNAI E PF ACOMPANHAM O CASO
Também em nota, a Funai declarou que está em contato com as forças de segurança que atuam na região e que colabora com as buscas. A fundação afirmou ainda que Bruno não estava em uma missão oficial do órgão.
“Embora o indigenista Bruno da Cunha Araújo Pereira integre o quadro de servidores da Funai, ele não estava na região em missão institucional, dado que se encontra de licença para tratar de interesses particulares”, disse a nota.
Já a Polícia Federal afirmou, em comunicado, que acompanha e trabalha no caso do desaparecimento da dupla. A corporação informou que “as diligências estão sendo empreendidas e serão divulgadas oportunamente”.