Marina diz que Lula vai vetar MP da Mata Atlântica

Ministra do Meio Ambiente foi derrotada na Câmara dos Deputados

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse neste sábado, 27, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai confrontar a Câmara dos Deputados e vetar a Medida Provisória (MP) aprovada pelos parlamentares que dispõe sobre as regras de proteção da Mata Atlântica.

O tema gerou embate entre membros do governo e significou mais uma derrota para Lula na Câmara.

Na quarta-feira 24, os deputados alteraram a lei flexibilizando as ferramentas de controle do bioma. Além disso, os deputados aprovaram o relatório de Isnaldo Bulhões Júnior (MDB-AL), com mudanças na MP de Lula que redesenhou a Esplanada dos Ministérios. Com as alterações, Marina Silva perdeu várias atribuições no Meio Ambiente.

No video publicado nas redes sociais neste sábado, Marina se disse confiante. “Tivemos uma notícia muito ruim ontem. Mas hoje temos uma notícia boa, como na primeira vez que esse dispositivo veio à cena, o presidente Lula disse novamente que irá vetar”, afirmou.

Ambientalistas saíram em defesa de Marina

Com as sucessivas derrotas da ministra do Meio Ambiente, ambientalistas saíram em defesa de Marina Silva. A Friday for Future Brasil divulgou uma carta assinada por 30 ONGs contra o relatório e o acusou de “tentativa sem fundamento”.

“É importante que o presidente Lula e os parlamentares da base aliada se posicionem contra essa tentativa sem fundamento de esvaziar os ministérios em menos de seis meses de governo”, disseram, sem mencionar que o governo patrocinou as mudanças. “Não podemos deixar a boiada passar independente de qual governo esteja no poder.”

Funcionários da Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente também se manifestaram a favor de Marina Silva. Segundo eles, “é necessário questionar a quem interessa esvaziar o MMA, quebrar políticas, em meio a um cenário de mudanças climáticas, e retirar um compromisso com o meio ambiente equilibrado dessas áreas”.

“A nova redação tira importantes instrumentos de política ambiental do MMA, transferindo-os para ministérios sem a competência técnica necessária, além de esvaziar as atribuições do Ministério dos Povos Indígenas”, acrescentou o WWF-Brasil, em um comunicado.

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