Ex-ministro acusa ‘adversários’ de querer ‘tumultuar’ o novo governo
O ex-ministro Guido Mantega não está mais no grupo de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão é do próprio economista, segundo a assessoria de comunicação petista.
Em carta enviada ao vice-presidente eleito e coordenador-geral da equipe de transição, Geraldo Alckmin (PSB), Mantega disse que aceitou trabalhar como colaborador não remunerado, sem cargo público, em virtude da punição imposta a ele pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Isso ocorreu em 2014, na época do escândalo das pedaladas fiscais da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele foi ministro da Fazenda nos governos petistas.
Apesar de estar trabalhando como colaborador, observa Mantega, “essa condição estava sendo explorada pelos adversários, interessados em tumultuar a transição e criar dificuldades para o novo governo”.
Portanto, diz o ex-ministro, “resolvi solicitar meu afastamento da equipe de transição, no aguardo de decisão judicial que irá suspender os atos do TCU que me afastaram da vida pública”.
O economista afirma que aceitou “com alegria o convite para participar do grupo de transição, na certeza de poder dar uma contribuição para a implantação do governo democrático do presidente Lula”. Ele decidiu, no entanto, que sair de cena seria a melhor opção. “Estou confiante de que a justiça vai reparar esse equívoco, que manchou a minha reputação”, afirmou.
Mantega foi confirmado na equipe de transição em 10 de novembro. Ele integrou o grupo responsável pelo planejamento, pelo Orçamento e pela gestão da equipe que deu início aos trabalhos da nova administração. Fazem parte dessa equipe o deputado federal Enio Verri (PT-PR), a economista Esther Duek e Antonio Corrêa de Lacerda, presidente do Conselho Federal de Economia.