Cientista político da Fundação da Liberdade Econômica analisa o discurso do presidente sobre o resultado das eleições
O discurso proferido pelo presidente Jair Bolsonaro sobre o segundo turno das eleições de 2022 foi considerado como um ótimo sinal para o mercado nesta terça-feira, 1°. Na análise de Márcio Coimbra, cientista político da Fundação da Liberdade Econômica, a escolha de Bolsonaro pelo processo institucional e pela lei demonstra respaldo ao sistema democrático.
“O melhor sinal de tudo que estamos vivendo é perceber que as instituições estão mostrando força e respaldo nos pilares democráticos”, afirmou o cientista político a Revista Oeste.
“O resultado eleitoral não será contestado, e o presidente, apesar de não parabenizar o adversário, autorizou o início do processo de transição. O processo institucional corre à revelia de vontades pessoais, adotando o rito da lei. Esta é uma excelente sinalização política e também para o mercado”.
Durante o discurso de ontem, Bolsonaro agradeceu pelos votos que recebeu no domingo e reconheceu o direito de manifestação dos eleitores.
“Agradeço os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim”, declarou o presidente. “Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. Enquanto presidente e cidadão continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.”
Bolsonaro, contudo, deixou claro que os atos devem ser pacífico. “Nosso métodos não podem ser iguais aos da esquerda, que prejudicaram sempre a população, como invasões a propriedades, destruição do patrimônio e impedimento do direito de ir e vir”, declarou.
Bolsonaro também foi ao Supremo
Além de fazer uma manifestação pública, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 1º, para uma reunião com os ministros.
Ainda nesta terça-feira, mais cedo, o presidente havia encaminhado um convite aos ministros para que comparecessem ao Alvorada para uma reunião. Os ministros, contudo, negaram o convite, sob a justificativa de que o presidente da República ainda não havia feito uma manifestação depois do processo eleitoral.
Antes de Bolsonaro chegar à Corte, os ministros divulgaram uma nota oficial em que afirmam que consideraram importante a declaração de Bolsonaro.
“O Supremo Tribunal Federal consigna a importância do pronunciamento do presidente da República em garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios e, ao determinar o início da transição, reconhecer o resultado final das eleições”, afirmou a Corte, em nota.