Serviço de streaming está investindo na chamada “representatividade”
De olho no grande público brasileiro, a Netflix segue adotando uma postura ‘moderna’ e progressista [esquerdista]. Não é à toa que a gigante do streaming vem alardeando seu desejo de diversificar as produções e até os bastidores, colocando em prática a chamada “representatividade”.
De acordo com executivos da Netflix, 2021 foi um ano em que a empresa precisou repensar o desenvolvimento das produções, a equipe nela envolvida e a responsabilidade de atingir públicos diferentes.
“Temos o compromisso de contar histórias brasileiras, com representatividade negra e indígena. Isso se tornou nossa rotina; é normal pra todos nós, executivos, olhar para o que estamos oferecendo e pensar: “Isso representa nossa audiência? Pra quem está falando, quem está falando?”. Esse exercício tem de ser propositivo, ativo, não só passivo para toda a comunidade criativa”, disse Haná Vaisman, executiva da área de séries nacionais da Netflix.
Para a intenção de não ficar só no discurso, a plataforma de vídeos tem investido na capacitação e profissionalização de colaboradores negros, como roteiristas e diretores.
“Dentro do nosso setor de conteúdo, temos uma área que nos ajudar a trazer mais representatividade na frente da câmera, na escrita, na produção, em como podemos ampliar nosso pool de criadores. É uma busca ativa. Não é que a gente está esperando chegar alguém, a gente vai atrás. A gente tem que ter um trabalho proativo de trazer gente para dentro. Essa área nasceu só pra fazer isso”, contou Elisabetta Zenatti, vice-presidente de Conteúdo da Netflix no Brasil.
Na prática, já é possível ver produções com o caráter progressista e inclusivo que a Netflix quer ter no Brasil. Um exemplo é a nova série infantil do clássico O Menino Maluquinho. Na animação, o protagonista é o mesmo, mas ele convive em ambientes variados, como a casa da mãe, o condomínio do pai e a escola.
‘Na jornada de O Menino Maluquinho, a gente fez esse pedido, que se tornou realidade, de trazer profissionais negros pra desenhar personagens negros, de ter roteiristas negros, de negros darem vozes aos personagens. E a gente sempre se coloca nesse local de sermos a empresa que vai investir e esperar até acharmos essas vozes. Acho que não dá mais pra trabalhar a exclusão como primeira opção”, disse a executiva Daniela Vieira.