Dados constam em estudo da Universidade Federal de SC
Mais de 80% dos jornalistas brasileiros são de esquerda, constatou a mais recente pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina. Realizado em 2021 e publicado na semana passada, o estudo mostrou que 52,8% dos entrevistados se declararam de esquerda, enquanto 29% disseram ser de centro-esquerda.
Apenas 4% dos profissionais de imprensa informaram ter posicionamento mais à direita (sendo 1,4% de direita e 2,5% de centro-direita). Até mesmo os que se identificam como extrema esquerda (2%) superam os que se dizem de direita. Apenas 0,1% classificam-se como de extrema direita, segundo o estudo.
Feito por meio da internet entre 16 de agosto e 1º de outubro do ano passado, o levantamento conseguiu 6,6 mil respostas. A pesquisa recebeu o apoio de organizações de imprensa, como Abraji e Federação Nacional de Jornalistas.
Pouco mais de 10% comunicaram ser filiados a algum partido político, com uma tendência à participação em legendas de esquerda (o PT aparece no topo, com 4,1% dos ouvidos, seguido por Psol, com 1,8%, e PCdoB, com 0,8%).
Conforme a pesquisa, o Tribunal Superior Eleitoral identificou 16 milhões de pessoas filiadas a partidos em 2021, o que correspondia a 7,4% dos brasileiros. Ou seja, o índice de filiação entre os jornalistas (10,3%) supera o da população.
Perguntas sobre ética no exercício da profissão foram respondidas por 1,4 mil jornalistas. Para 86% deles, credibilidade é extremamente importante, e 12,8% consideram muito importante; 71% disseram que diversidade é extremamente importante e 24,8%, muito importante. Equilíbrio é tido como um valor de importância para 94,6% dos profissionais.
Um estudo conduzido pelos psicólogos sociais Jesse Graham (Universidade do Sul da Califórnia), Brian Nosek (Universidade da Virgínia) e Jonathan Haidt mostrou que os conservadores entendem melhor a esquerda do que o contrário. Os pesquisadores pediram a mais de 2 mil pessoas que respondessem a um questionário, com três tipos de opiniões políticas: as suas próprias, fingindo serem progressistas/esquerdistas típicos e fingindo serem conservadores/direitistas típicos.
Como resultado, os moderados e conservadores foram mais precisos em representar o papel dos outros grupos.