Descoberta inesperada, o BH3 possui uma massa 33 vezes maior que a do Sol
Ao coletar dados para mapear a Via Láctea, cientistas da Agência Espacial Europeia (ESO) fizeram uma descoberta inesperada, do tipo que “se faz uma vez na vida”, segundo as palavras do astrônomo Pasquale Panuzzo.
Trata-se do maior buraco negro estelar já visto em nossa galáxia, que possui uma massa 33 vezes maior que a do Sol e que está a uma distância considerada extremamente próxima à Terra.
“Ninguém esperava encontrar um buraco negro de alta massa nas proximidades, não detectado até agora. Esse é o tipo de descoberta que se faz uma vez em sua vida de pesquisa”, declarou Panuzzo.
Batizado de Gaia BH3, o buraco negro em questão foi detectado após os cientistas notarem a oscilação de uma estrela próxima a ele. Pouco menor que o Sol (o equivalente a 75% da massa do astro-rei), e no entanto, mais brilhante que ele, a estrela em questão “girava em torno de um companheiro invisível”.
Após análises feitas com telescópios, constatou-se que o companheiro invisível era um buraco negro estelar muito maior do que os já descobertos. Até então, o mais denso deles era o Cygnus X-1, cuja a massa é 21 vezes maior que a do Sol.
O BH3 está localizado na constelação de Aquila, a 2 mil anos-luz de distância do nosso planeta. Sua descoberta foi publicada na revista Astronomy & Astrophysics.
Buracos negros são uma região do espaço-tempo em que a força gravitacional é tão forte que nenhuma partícula ou radiação – nem mesmo a luz – pode escapar dele. A estrela que o acompanha não teve sua matéria desfeita pelo BH3 por estar a uma distância segura do gigante.
Os chamados buracos negros estelares são formados devido ao colapso gravitacional – ou seja, a explosão – de uma estrela massiva que está no final de seu período de vida.
Apesar de gigantes, eles são menores que os buracos negros supermassivos, que possuem origem ainda desconhecida para os cientistas e nunca foram encontrados na Via Láctea.
Para se ter uma ideia, esses podem chegar a ter mais de 1 bilhão de massas solares, e costumam ser encontrados no núcleo das galáxias massivas.