Presidente lembrou as diretrizes do Partido dos Trabalhadores, que preveem o controle da imprensa
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano, pretende calar a mídia brasileira. É o que disse o presidente Jair Bolsonaro (PL), em sabatina realizada nesta sexta-feira, 21, nos estúdios do SBT.
“Ele reiteradamente tem falado sobre isso”, alertou o chefe do Executivo. “A preocupação maior, antes do Tribunal Superior Eleitoral [TSE], tem de ser o Luiz Inácio Lula da Silva. Ele pretende calar a mídia brasileira.”
Na sabatina, o presidente disse que não pretende aumentar o número de ministros na Suprema Corte. “Há uma crescente de críticas ao Supremo”, observou. “Parei, no tocante a isso.”
Bolsonaro alertou para o autoritarismo do Partido dos Trabalhadores (PT), que, conforme suas diretrizes, tem o objetivo de regulamentar a imprensa. “O PT não tem nenhum compromisso com a liberdade”, afirmou. “Haja vista o que o partido sempre fala sobre o controle da mídia. Ele disse, várias vezes, que controlará as mídias sociais.”
O presidente defendeu a liberdade de imprensa e disse que não pretende cercear o direito de livre manifestação de ideias. “Nunca tentei derrubar página de quem quer que seja”, alegou. “Nunca desmonetizei empresas. Sempre aceitei isso, mesmo sofrendo fake news, inverdades e calúnias. Nunca busquei atingir o que é a alma da democracia, que é a liberdade.”
Caso seja reeleito, Bolsonaro disse que não trabalhará pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE. “Não pretendo”, ressaltou, ao responder à pergunta do jornalista Carlos Nascimento. “Isso compete exclusivamente ao Senado Federal.”
Bolsonaro participou da sabatina organizada pelo grupo de mídia formado por CNN, SBT, Estadão/Rádio Eldorado, Terra, Veja e Novabrasil FM. A entrevista teve início às 21h30 desta sexta-feira.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), adversário do atual chefe do Executivo, não compareceu ao evento. Ao justificar sua ausência, o petista alegou “incompatibilidade de agendas”. Por isso, Bolsonaro será sabatinado por 60 minutos.