Lives: Cotado para PGR defende absolvição de Bolsonaro no TSE

Ex-presidente é alvo de três ações movidas por coligação de Lula

O vice-procurador-geral Eleitoral Paulo Gustavo Gonet Branco informou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (3) que não vê irregularidades nas lives e encontros do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácios do Planalto e da Alvorada durante a campanha de 2022.

Bolsonaro e seu vice, o general Walter Braga Netto, respondem a três ações no TSE por suspeita de abuso de poder político e desvio de finalidade no uso da estrutura pública promover sua candidatura. Os processos são movidos pela Coligação Brasil da Esperança, de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e pelo PDT.

Paulo Gonet é um dos favoritos na disputa pela sucessão da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele conta com apoio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. A indicação cabe a Lula.

Em seu parecer, o vice-procurador-geral Eleitoral reconhece que os eventos organizados por Bolsonaro na sede do governo e na residência oficial “esbarram na proibição da lei”, mas conclui que não há provas de que tenham afetado o resultado da eleição.

“A legislação eleitoral visa a assegurar a igualdade das partes que disputam a confiança dos eleitores, não a conservação de prédios públicos”, diz um trecho da manifestação.

“Não se mostra, menos ainda, razoável supor que o público da live tenha sido fortemente impactado pelo fato de haver uma estante às costas do Presidente da República”.

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A defesa de Bolsonaro e Braga Netto argumenta que o Palácio da Alvorada é o local de moradia do presidente e que não há irregularidade em usá-lo para fazer as lives. Defende ainda que a intérprete de libras que participa das lives atuou fora do expediente.

O próximo passo é o julgamento das ações pelo TSE. O relator é o ministro Benedito Gonçalves, corregedor da Justiça Eleitoral, a quem cabe produzir o relatório dos processos e pedir que sejam colocados na pauta. A Corte Eleitoral já condenou Bolsonaro em outra ação, deixando o ex-presidente inelegível pelos próximos oito anos.

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