Líder do governo apresentará projeto de lei que criminaliza as pesquisas

A credibilidade das pesquisas eleitorais está em cheque desde que os resultados foram muito divergentes da realidade. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), anunciou que apresentará, já nesta segunda-feira, 03, um projeto de lei que criminaliza o erro nas pesquisas.

Em entrevista ao UOL na noite deste domingo, logo após a votação, Barros disse que seu projeto estabelecerá “punições severas” aos institutos de pesquisas cujos resultados dos levantamentos, às vésperas das eleições, ultrapassarem a margem de erro.

“Não dá mais para fazer pesquisa fria com tanto descaramento”, afirmou.

As últimas pesquisas presidencial do Datafolha, divulgada um dia antes da votação, apontou 50% de intenções de voto para Lula e 36% para Bolsonaro, com margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

Nas últimas pesquisas presidenciais do Datafolha, do Ipec e da Quaest até o sábado, dia 1º, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha de 49% a 51% das intenções de votos válidos, ou seja, excluindo brancos e nulos.

Ricardo Barros protestou sobretudo quanto aos resultados em São Paulo e no Rio Grande do Sul, em que as pesquisas marcaram vitórias, respectivamente, de Fernando Haddad (PT) do gaúcho Eduardo Leite (PSDB), mas eles foram superados pelos bolsonaristas Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, e Onix Lorenzoni (PL), no Rio Grande do Sul.

“Nestes estados não teve nada de margem de erro. Foram pesquisas frias, literalmente”, afirmou o líder. Segundo ele, seu projeto dirá:

“Pesquisa publicada na véspera da eleição cujo resultado não coincida dentro da margem de erro é crime”. Barros diz que proporá “pena alta, não só de cadeia como de indenização”.

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