Justiça do Reino Unido autoriza Assange a contestar extradição aos EUA

Ativista enfrenta 18 acusações criminais por espionagem e invasão cibernética

Um tribunal de apelação do Reino Unido permitiu, nesta segunda-feira, 24, que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, recorra à Suprema Corte do país contra sua extradição para os Estados Unidos. Ele enfrenta 18 acusações criminais por espionagem e invasão cibernética.

A decisão do tribunal dá a Assange 14 dias para levar o caso à Suprema Corte, que terá de decidir se aceita ou não a contestação. Na decisão desta segunda-feira, os juízes Ian Burnett e Tim Holroyd reconheceram haver uma questão jurídica que merece a avaliação da mais alta Corte britânica.

Somadas, as acusações contra Assange ultrapassam 175 anos de prisão. O ativista está detido desde maio de 2019 em uma prisão de segurança máxima em Londres. Antes disso, exilou-se na Embaixada do Equador.

História de Assange

Assange e WikiLeaks se tornaram famosos em 2010, com a publicação de 700 mil documentos militares e diplomáticos confidenciais dos EUA. As revelações expuseram, entre outras coisas, supostos crimes de guerra cometidos pelo governo norte-americano no Iraque e no Afeganistão; arquivos sobre detenções extrajudiciais na prisão de Guantánamo, em Cuba; e telegramas diplomáticos que revelaram abusos de direitos humanos em todo o mundo.

Washington, por sua vez, alega que Assange pôs em perigo a vida de seus informantes ao publicar os documentos secretos sobre as ações militares norte-americanas no Iraque e no Afeganistão.

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