O pastor André Valadão terá de remover os vídeos do YouTube e do Instagram. A determinação é da Justiça Federal. Segundo despacho, o líder da Igreja da Lagoinha discriminou LGBTs em culto transmitido no início deste mês.
Caso descumpra a decisão, publicada na segunda-feira 10, o pastor terá de pagar multa diária de R$ 1 mil. As plataformas citadas no processo têm até sábado, 15, para remover os conteúdos.
“Vídeo no YouTube já acumulou cerca de 378 mil visualizações e 5,7 mil comentários. A postagem no Instagram, que promove a pregação, recebeu cerca de 200 mil curtidas, e demonstrou uma disseminação ampla do vídeo e das publicações, causando efeitos negativos a um número indeterminado de pessoas”, apontou a Justiça.
A decisão, de caráter liminar, foi emitida no âmbito de ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), segundo o qual as falas do pastor ultrapassam em muito a liberdade religiosa e de expressão.
Para o MPF, ele deve ser ainda condenado a pagar R$ 5 milhões por danos morais coletivos, além de divulgar retratação e contrapontos aos seus discursos.
O Google considera que não ocorreu violação de suas diretrizes. Já a Meta não se manifestou sobre o pedido judicial.
O que houve?
Durante um culto ministrado em Orlando, nos Estados Unidos, no domingo 5, Valadão afirmou que “Deus odeia o orgulho”. No banner de divulgação da cerimônia religiosa, a palavra “orgulho” está representada com cores associadas ao movimento gay.
“Uma das palavras mais difíceis para Deus é orgulho”, observou Valadão. “Deus odeia, Ele repugna qualquer atitude de orgulho. Só o uso da palavra orgulho Deus já condena. Qualquer movimento ou ação na nossa vida que carrega o termo orgulho, Deus abomina. Porque Deus não está com quem se orgulha, mas com quem se humilha. O mês do orgulho eu considero ser o mês que Deus mais repugna na humanidade, porque só a expressão orgulho é a expressão que mais provoca e irrita Deus.”
André Valadão nega acusação
O pastor André Valadão ainda não foi notificado da decisão. Ele disse, por meio de nota, que jamais incentivou a violência contra pessoas da comunidade LGBT.