Magistrados já foram responsáveis por decisões que inocentaram ex-presidente e anularam provas contra ex-ministros petistas
Cotados para herdarem processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da Operação Lava Jato, após a decisão monocrática do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), os juízes da 10ª e da 12ª Vara Federal já decidiram a favor do petista em casos anteriores sob suas responsabilidades.
Entre os nomes que devem assumir os processos de Lula estão Vallisney de Souza Oliveira, titular da 10ª Vara, e Marcus Vinicius Reis Bastos, titular da 12ª. Entre os suplentes estão Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª, e Pollyanna Kelly Maciel Medeiros Martins Alves, da 12ª.
Em julho de 2019, Vallisney absolveu o petista da acusação de organização criminosa e lavagem de dinheiro em processo que apura suposto favorecimento à Odebrecht em contratos de Angola. Na mesma decisão, Oliveira absolveu um dos sobrinhos do ex-presidente, Taiguara Rodrigues dos Santos, de parte das acusações.
O juiz também é autor de decisão que recusou denúncia contra lobistas, empresários, advogados e o ex-conselheiro do Conselho Administrativo de Recursos Federais (Carf), José Ricardo da Silva, durante a Operação Zelotes. Eles eram acusados de pagar propina para favorecer a montadora Ford no Carf.
Já o magistrado da 12ª Vara, Marcus Vinicius Reis Bastos, costuma favorecer o réu na maior parte de suas decisões. Foi ele, por exemplo, quem anulou provas colhidas pela Lava Jato contra os ministros petistas Antônio Palocci e Guido Mantega, suspeitos de receber propina da Odebrecht. A decisão foi tomada em janeiro deste ano.