Lívia de Souza foi detida por engano junto de funcionários da empresa investigada
Uma jovem de 19 anos foi presa por engano pela Polícia Civil durante uma entrevista de emprego em uma empresa investigada por suposto golpes de consórcio. Lívia Ramos de Souza passou duas semanas no Instituto Penal Santo Expedito, em Bangu (RJ), e disse que esse período a reconectou com Deus.
Lívia chegou ao conhecimento da vaga de consultor de vendas na Icon Investimentos por meio do site da InfoJobs. Como parte do processo seletivo, ela foi chamada para um treinamento na sede localizada no Centro do Rio.
Enquanto a jovem estava na pausa para o almoço, policiais entraram na empresa e prenderam 17 funcionários, além de Lívia. Eles foram encaminhados para a delegacia de Nova Iguaçu.
Lívia contatou a mãe por ligação autorizada pelos agentes por volta das 20h30.
“Eu só sabia chorar. Não queria ser presa, não entendia o que estava acontecendo. Fui fazer um treinamento, a vaga nem estava garantida, e fui levada presa com pessoas que não conhecia. Contei pra minha mãe, mas sem me alongar muito porque a ligação tinha que ser rápida”, relatou em entrevista ao jornal O Globo.
No período em que esteve na prisão, Lívia se surpreendeu ao ser muito bem recepcionada e tranquilizada pelas colegas de cela do Instituto Penal Santo Expedito, para onde foi transferida.
“As mulheres disseram que ia dar tudo certo, que havia muitas provas a meu favor, que nada de ruim iria acontecer comigo ali dentro. Eu acreditei, não tive medo delas, não me senti ameaçada”, contou.
A Justiça decretou a soltura de Lívia e dos outros funcionários no dia 20 de junho, argumentando que não havia evidências aptas “a corroborar o modus operandi dos estelionatos atribuídos aos indiciados e nem o dolo dos autuados associarem-se com estabilidade e permanência, com o fim de praticarem crimes”.
Criada em igreja evangélica, Lívia conta que o período que passou na prisão a reconectou com Deus. Ela explica que se afastou dEle na adolescência ao começar a andar com “pessoas erradas”, se distanciando também da família.
“Eu pensava: “Deus me colocou ali dentro por um propósito”. Me reconectei com Ele ali, quando não tinha mais nada. Eu vivia uma vida errada, com pessoas erradas. Agora vai ser diferente, vou me controlar, ficar em casa com a minha família, focar nos estudos”, garantiu a jovem, que quer ser pedagoga.