Jovem cantora supera protestos e se torna a voz de Israel contra o antissemitismo (veja o vídeo)

Eden Golan participou do festival Eurovision, uniu o país e superou o ódio de manifestantes que protestavam contra a guerra em Gaza

Durante alguns dias de maio, o “hino” de Israel passou a se chamar Hurricane. De norte a sul do país, as notícias da guerra deram espaço para a performance da jovem cantora Eden Golan, de 20 anos, candidata israelense no festival de música Eurovision. Na noite da final, o país parou para torcer por ela.

No coração de Israel, pulsava a música. Com essa percepção, quase toda a população, em ritmo de Copa do Mundo melódica, parou em frente à TV. Naquela noite, o país trocou, mesmo que por instantes, o som das bombas e das sirenes, pela ternura da voz de Eden.

Mas a realidade da guerra tentou falar mais alto. A voz do antissemitismo ecoou pelas ruas de Malmo, cidade sueca que sediou o evento, e fez de tudo para atrapalhar, prejudicar e destruir a jovem pelo fato dela ser israelense. E por trás disso, israelita.

Ela também teve de encarar o preconceito de parte da plateia, ensandecida com a mesma crueldade de jovens das universidades norte-americanas e suas manifestações que trocam o amor pela hostilidade. Durante dias, Eden foi o tema principal do festival.

Pediam a sua exclusão, em protesto contra os ataques do Exército de Israel à Faixa de Gaza, depois dos atentados do grupo terrorista Hamas em Israel, no dia 7 de outubro.

Foi chocante a reação de parte do público na cidade, à letra de October Rain, que, para os manifestantes, era uma alusão aos ataques do Hamas. Eles viram isso como uma ofensa.

A canção, então, teve a letra alterada, para uma temática ligada aos sentimentos de uma mulher, e passou a se chamar Hurricane.

Perseguições desde a infância 

Eden não deu ouvidos. Ou fingiu não dar, como muitos judeus atualmente têm tentado fazer para não perder a autoestima.

Israel, em solidariedade, se identificou com a história dela, alvo de atitudes antissemitas desde menina, quando sua família a levou para a Ucrânia.

Lá ela viveu até os 13 anos. Eden tem a experiência em lidar com a intolerância semelhante à de um judeu nos anos 1930 ou 1940, que passou a vida perseguido.

No festival, campanhas em Israel e pelo mundo afora, entre judeus e verdadeiros defensores dos direitos humanos, também se uniram a ela.

Na final do Eurovision, Eden entrou no palco com vibração e teve outra boa performance. Ficou em quinto lugar na opinião dos jurados e em segundo, na votação popular.

Terminaram à frente dela o suíco Nemo, em primeiro, com uma performance extravagante e forçada; o croata Baby Lasagna, com uma batida eletrônica e uma temática política; a dupla ucraniana Jerry Hell e Alyona Alyona, com a impactante música Teresa e Maria e vozes em coro ao fundo, além da contagiante Mon Amour, com o sentimental francês Slimane.

O The New York Times informou que Eden Golan mandou uma mensagem, durante a competição, para aqueles ativistas que instaram, sem sucesso, o Festival a proibir sua atuação. “Não vou deixar nada me quebrar.”

Essa frase, pouco mais de três semanas depois do ataque iraniano com mísseis, envolveu de esperança o céu do país. “Quem se expõe numa situação dessas, mostra que a arte está acima da política”, disse um seguidor do Instituto Brasil Israel no Instagram. Nem precisou de sistema de defesa. Em hebraico, esperança significa Hatikva. Nome que é, aliás, o do próprio hino de Israel.

Assista o vídeo

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