Ele ficou paraplégico depois de lesionar a coluna enquanto esteve preso
Oswaldo Eustáquio, jornalista, afirmou que foi torturado enquanto esteve preso no Complexo da Papuda, em Brasília. A fala ocorreu em um evento virtual do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. O trecho com o relato foi compartilhado por sua esposa, Sandra Terena, através do Twitter nesta segunda-feira, 24.
De acordo com o jornalista, três agentes participaram da sessão de tortura. Dois deles torceram suas mãos e o terceiro o enforcou com uma tonfa. “É uma dor que eu não consigo expressar para o senhor, porque vai misturando a dor de todos os lados”, relata. “É uma coisa descomunal.” Em dado momento da gravação, ele afirma que “estava sem camiseta” e “todo machucado”.
Eustáquio é investigado no inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura supostos atos antidemocráticos contra a Corte. Ele esteve preso pela primeira vez, em 2020, entre 26 de junho e 6 de julho. A Polícia Federal viu risco de fuga em razão de sua localização estar próxima à fronteira com o Paraguai.
Por não ter cumprido os termos de sua soltura que o impediam de se aproximar da Praça dos Três Poderes, em Brasília, o jornalista foi posto novamente na prisão em 18 de dezembro de 2020. Dias depois, ele caiu em sua cela e bateu a coluna — queda que o deixou paraplégico. Em 27 de janeiro de 2021, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou Eustáquio a cumprir prisão domiciliar.