Atletas trocavam mensagens no WhatsApp em grupo que tinha o nome do atual presidente
Ao menos cinco jogadores do Sampaio Corrêa, time de futebol do Maranhão, faziam parte de um grupo de WhatsApp para falar de apostas e de manipulação de jogos da Série B. No entanto, o detalhe curioso desse caso é que o nome escolhido para o grupo foi “Lula 13”, que faz referência ao atual presidente da República. A página foi criada em novembro do ano passado, dias depois da eleição presidencial.
De acordo com o portal UOL, que divulgou a informação, os prints com as mensagens do grupo foram encontrados no celular do lateral Mateusinho, que seria um dos membros mais ativos.
Em algumas das mensagens recuperadas, ele é elogiado pelos colegas por ter cometido um pênalti na partida em que o Sampaio Corrêa venceu o Londrina por 2 a 1 na última rodada da Série B.
“Não tinha jeito mano. Eu falei: ‘Ihh, alguém vai se f**** aí, porque eu vou dar o carrinho”, disse o lateral, hoje no Cuiabá, da Série A.
De acordo com o Ministério Público, o pênalti em questão tinha sido encomendado pelos empresários que fraudavam partidas pra lucrar com apostas. Os integrantes do grupo “Lula 13” comemoram o pênalti, mas lamentaram que outra aposta na mesma rodada deu errado, o que teria causado prejuízo ao esquema fraudulento.
No processo, não é descrito o motivo pelo qual os jogadores teriam escolhido o nome de Lula para o grupo, mas há duas referências ao ex-presidente. A primeira é depois que Mateusinho publicou uma figurinha de si mesmo segurando um maço de dinheiro. Logo em seguida, o goleiro do grupo usou uma figurinha do atual presidente da República com a frase “Já pode roubar?”.
A outra referência foi no dia 13 de novembro, quando Mateusinho escreveu: “Hoje o Lula tem que ganhar, pra gente ficar bem.” Nesse dia, que não foi o da eleição do petista – que aconteceu duas semanas antes -, foi disputada a última rodada da Série A. Em seguida, os participantes combinaram as apostas que fariam na rodada.
Procurado pelo UOL, Mateusinho não atendeu aos pedidos de contato para se pronunciar sobre o caso. O veículo informou que tentou acioná-lo tanto por meio de seu perfil no Instagram, quanto por uma assessoria que aparece conectada à sua página.