Presidente discursou no Conselho Federal de Medicina
O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou, nesta quarta-feira (27), na sede do Conselho Federal de Medicina, em Brasília, em encontro não previsto na agenda oficial. Durante sua fala de aproximadamente 10 minutos, o chefe do Executivo exaltou as ações do governo federal na área da saúde, em especial no tocante à pandemia, e ironizou os integrantes da cúpula da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid-19.
Na ocasião, Bolsonaro chamou o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da comissão, de “especialista em medicina intergaláctica”, e insinuou que o parlamentar “fala fino”. Ao fazer tais declarações, o presidente recebeu aplausos do público.
“Eu podia ter acabado com a CPI da Pandemia rapidamente, Marcos Rogério. Uma emenda do honestíssimo Omar Aziz e do Renildo Calheiros, irmão do honestíssimo Renan Calheiros, cujo relator era o especialista em medicina intergaláctica, o Randolfe fala fino Rodrigues… Uma emenda deles permitindo que prefeitos e governadores comprassem vacina em qualquer lugar do mundo sem certificação da Anvisa e sem licitação. Quem pagava a conta era eu”, assinalou.
O chefe do Executivo também queixou-se dizendo que no Brasil proibiu-se “falar de tratamento precoce”. Ele criticou a interferência na autonomia médica e também na escolha de pessoas que não queriam se vacinar.
“Compramos vacina para todo mundo, de forma voluntária. Nunca exigi passaporte vacinal nem cobrei nada de ninguém, até porque eu nunca me vacinei. Entendo que isso é liberdade e democracia. É um direito meu. E estou vivo até hoje”, afirmou.
O presidente ainda defendeu que ações do governo, entre elas, escolher os ministros da Saúde “sem viés político”, auxiliaram no combate à pandemia no Brasil.
“Creio que essas ações ajudaram em muito a gente a passar pela pandemia. Com baixas, sim, lamentamos, mas passamos pela pandemia. Gastamos em 2020 R$ 700 bilhões para atender governadores, prefeitos, nosso sistema de saúde. E sobrevivemos”, acrescentou.
Segundo a assessoria de campanha de Bolsonaro, o presidente compareceu à sede do Conselho a fim de ouvir as demandas dos médicos.