Israel divulga áudios contra funcionários da ONU

Forças de Defesa de Israel deram declarações nesta segunda-feira

Nesta segunda-feira (4), as Forças de Defesa de Israel (FDI) divulgaram gravações de áudio que supostamente correspondem a conversas telefônicas de dois funcionários da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) na Faixa de Gaza. Nos registros, eles discutem seu envolvimento no ataque do dia 7 de outubro a Israel por parte do grupo terrorista islâmico palestino Hamas.

“As FDI divulgaram duas gravações que incriminam dois professores da UNRWA que participaram do massacre de 7 de outubro”, afirmou o órgão em comunicado, que foi acompanhado das gravações.

Uma das gravações é supostamente a voz de Youssef Zidan Suleiman Al Hawajara, que Israel identifica como um professor de árabe em uma escola da UNRWA em Deir al Balah, no centro da Faixa de Gaza. Em sua conversa, ele descreve sua entrada no território de Israel e afirma ter capturado mulheres israelenses.

O outro áudio é supostamente de Mamduh Hasin Ahmed Alkali, identificado como professor de escola primária da UNRWA em Khan Younis, região sul do território palestino onde o Hamas tem uma forte base. Em sua conversa, ele diz que está dentro do território israelense.

De acordo com as FDI, os serviços de inteligência determinaram que a UNRWA “emprega mais de 450 membros de organizações terroristas na Faixa de Gaza, principalmente do Hamas”, e que esses grupos “exploram rotineiramente organizações de ajuda internacional para fins terroristas”.

Em 7 de outubro do ano passado, o Hamas realizou um ataque contra Israel que desencadeou a guerra atual, ação esta que incluiu o disparo de milhares de foguetes, bem como a infiltração simultânea de cerca de 3 mil combatentes do grupo palestino que mataram cerca de 1.200 pessoas em cidades próximas à Faixa de Gaza e sequestraram outras 250.

Em janeiro, Israel acusou a UNRWA de ter em sua equipe ao menos 12 funcionários que participaram do ataque.

A UNRWA rescindiu imediatamente seus contratos e abriu uma investigação. Mas, antes mesmo que os resultados fossem conhecidos, 18 países anunciaram a suspensão de seus financiamentos para a entidade, incluindo os principais doadores, como Estados Unidos, Canadá, Alemanha e Japão.

A agência, que tem cerca de 30 mil funcionários, é a principal fornecedora de ajuda humanitária na devastada Faixa de Gaza, onde cinco meses de guerra deixaram mais de 30.500 mortos, 72 mil feridos, 7 mil desaparecidos – 70% deles crianças e mulheres – e mais de 2 milhões de pessoas deslocadas, sobrevivendo em uma crise humanitária sem precedentes.

Fonte: EFE

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