Investigado por pedofilia, presidente da CPI da Covid foi ‘protegido’ por deputados amazonenses

A CPI da Covid-19 iniciou, nesta terça-feira (27), com “acordão” entre os seus integrantes – os três de oposição ao Governo Bolsonaro – mas, muito mais que isso: o currículo daqueles que compõem os principais cargos da Comissão é ‘invejável’.

Estamos falando, por enquanto, do amazonense Omar Aziz, de 62 anos. A ficha corrida do ex-governador do Amazonas e atual senador pelo PSD é – parafraseando Boris Casoy – uma vergonha!!. Entre os possíveis delitos cometidos estão ações suspeitas de corrupção, desvios e até pedofilia, durante a trajetória de 21 anos do parlamentar.

Aziz foi alvo de uma operação do Ministério Público Federal (MPF) denominada de “Maus Caminhos”. A ação foi deflagrada em 2016 e desencadeou uma série de desdobramentos. A ideia era combater a corrupção e apurar o desvio de recursos públicos por meio de contratos milionários firmados com o Governo do Estado do Amazonas. Mas, as fases seguintes acabaram constatando crimes de pedofilia. Porém, nessa caso em particular, por incrível que pareça, Aziz teve apoio de deputados estaduais para “blindá-lo”.

Mesmo com todo esse “know how”, o senador do Amazonas foi escolhido o “nome perfeito” entre seus pares para presidir a CPI da Covid, uma espécie de teatro para políticos desconhecidos e inexpressivos subirem ao palanque.

Omar Aziz é uma incógnita na política. É conhecido mesmo por trocar de sigla e por não se manter fiel a ideologias ou comportamentos. Nas palavras do idealizador do partido no qual ele está agora, o PSD: “nem de direita, nem de esquerda, nem de centro”. Na verdade, Aziz é oportunista e aproveita bem as conveniências que se lhe apresentam.

Como governador do Amazonas, por exemplo, ele aproveitou bem a oportunidade e, por isso, foi investigado por suspeita de irregularidade e desvios na área de saúde. O valor? Apenas R$ 260 milhões de verbas públicas desviadas do seu fim original, com a realização de contratos multimilionários firmados com o governo amazonense.

Para se ter uma ideia de como Aziz estava envolvido “até o pescoço” em irregularidades, um relatório da PF, na “Operação Vertex”, um outro desdobramento da “Maus Caminhos”, o nome do senador foi citado 256 vezes em 257 páginas.

Os autos foram encaminhados ao Supremo Tribunal Federal (STF). Mas, infelizmente, acabou tudo em “pizza”; porque a Suprema Corte entendeu que ele tinha foro privilegiado e mandou o processo de volta ao Amazonas, em 2018, onde está até hoje sem decisão da Justiça.

Como se não bastasse essa nefasta vida pregressa do ex-governador, a esposa dele, Nejmi Aziz, os três irmãos do senador, três policiais militares e mais uma pessoa não identificada foram presos pela Polícia Federal. Todos têm envolvimento com a “Operação Vertex” (combate de crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa).

E, assim, inicia mais uma “novela” na política brasileira. Em breve, cenas do próximo capítulo.

Fonte: Jovem Pan

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